O Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, que funciona no Solar do Colégio, no distrito de Tócos, na Baixada Campista, foi o vencedor na etapa de avaliação da Comissão Estadual do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade – 2017, promoção do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Venceu na Categoria I – Preservação de Bens Móveis e Imóveis, pelo projeto "Tratamento Técnico do Acervo Cartorário da Comarca de Campos dos Goytacazes".
— Houve a chamada pública do Iphan e concorremos na Categoria I, com o nosso projeto saindo vencedor, entre 65 selecionados. Não ganhamos financiamento a projetos, mas o prêmio é muito importante, pois representa o reconhecimento do trabalho realizado pelo Arquivo na recuperação desse acervo e pela importância que Campos sempre teve no cenário histórico nacional — afirmou o diretor do Arquivo, Carlos Freitas.
O trabalho premiado consta de mais de 15 mil processos que receberam tratamento da equipe do Arquivo desde sua criação, em 2001.
— É um trabalho permanente, pois continuamos a receber documentos para tratamento, para recuperação, para restauração. São em sua maioria testamentos, inventários, tutelas, usufrutos, usucapião, dentre outros, que retratam a história do município. Podemos dizer que a história de Campos não está perdida, que ela está muito bem documentada — afirmou a historiadora Rafaela Machado, do Arquivo Municipal.
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é promovido pelo Iphan desde 1987, em caráter nacional. Ele prestigia as ações de preservação do patrimônio cultural brasileiro que, em razão da originalidade, vulto ou caráter exemplar, mereçam registro, divulgação e reconhecimento público.
A premiação é oferecida todos os anos a empresas, instituições e pessoas de todo o país e tem destacado, ao longo dos anos, a diversidade e a riqueza do Patrimônio Material e Imaterial Brasileiro, nas manifestações culturais, nas antigas e modernas curvas da arquitetura nacional, ou em grandiosas paisagens arqueológicas e naturais.
A denominação do prêmio foi uma homenagem ao fundador do Iphan, o advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, mineiro de Belo Horizonte, nascido em 1898. Redator-chefe e diretor da Revista do Brasil, foi também chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe do Ministério da Educação e Saúde no governo Vargas. Integrou o grupo de intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, sendo o maior responsável pela consolidação jurídica do tema “Patrimônio Cultural no Brasil”.