Cerca de 60 idosos estão em sala de aula, a partir desta segunda-feira (15), em Campos. É a Escola dos Saberes, um projeto da Prefeitura de Campos, através da secretaria de Educação e superintendência do Envelhecimento Saudável e Ativo. O objetivo é favorecer a independência do idoso e valorizar construção do conhecimento com noções de todas matérias do 1º ao 5º ano. Ao término do curso, os alunos receberão o certificado de conclusão de Ensino Fundamental I, consignado a uma Escola Municipal.
O Programa Escola dos Saberes é desenvolvido nas cinco Casas de Convivência (Tamandaré, Dores de Macabu, Travessão, Conselheiro Josino e Centro Dia do Idoso) e foi aberta nesta segunda com a presença da vice-prefeita, Conceição SantAnna. Pessoas a partir de 60 anos de idade podem se matricular em um desses pontos. Os professores são disponibilizados pela Smece, através da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
— Desejo a todos vocês, alunos, a mesma garra, coragem e determinação que demonstram nas inúmeras atividades que a superintendência do Envelhecimento Saudável e Ativo oferece, para voltar à sala de aula. Educação transforma. Sorte, bênçãos nesta nova etapa. Aproveitem — disse Conceição.
Segundo pesquisa realizada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 35% da população idosa de Campos é considerada analfabeta, comprovando a relevância do projeto para o município.
— A educação não tem fronteiras, é um importante meio de transformação e valorização das pessoas, independentemente da idade. Os idosos têm a capacidade de aprender a partir do momento em que são incentivados. Desta forma, o processo de aprendizagem ocorre de maneira significativa. Ao ofertarmos a EJA nas Casas de Convivência, com todos os componentes curriculares do Ensino Fundamental, proporcionaremos aos idosos também a rica relação existente entre professor e aluno, com a troca de conhecimento das duas partes — ressalta o secretário de Educação, Cultura e Esporte, Brand Arenari.
A superintendente do Envelhecimento Saudável e Ativo, Heloísa Landim, destaca a importância de aproximar a população idosa analfabeta ou semianalfabeta do projeto. “A Escola dos Saberes propõe avançar na amplitude e qualidade de conhecimentos que os idosos têm. Houve um cuidado entre as duas secretarias de preparar um projeto totalmente contextualizado e regionalizado para cada localidade. E mais do que isso, é entender que o programa tem a capacidade de tornar os idosos menos dependentes, uma vez que, para entrar no mercado de trabalho, ir ao shopping, ao açougue, o idoso precisa conhecer matemática e português. O papel da nossa gestão é proporcionar a emancipação através da educação”, afirmou.