Dedicação e criatividade. É assim que a professora Michele Moraes, da Escola Municipal Albertina Azeredo Venâncio, no distrito de Travessão, tem conquistado alunos e o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido nas aulas de artes realizadas na unidade. Premiada diariamente com a atenção e o interesse dos estudantes, Michele agora alcança mais um passo. A educadora recebe nesta quinta-feira (14), às 18h, o 1º Prêmio Paulo Freire, uma iniciativa da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A premiação ocorre no salão nobre do Instituto de Filosofia, História e Ciências Sociais (IFCS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com o tema “Violência e corpo: valorização da mulher na sociedade através da arte”, Michele será uma das 86 representantes contempladas por projetos e experiências pedagógicas realizados em escolas e universidades públicas de todo estado.
Desenvolvida com estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental da escola, no ano passado, a temática despertou nas crianças a vontade de compreender a importância do ensino de arte para o desenvolvimento do senso crítico. Lápis de cor, giz de cera e papel foram manipulados apenas após a concepção do que seria transformado em obra artística. Dessa forma, eles assimilaram o conceito da representação antagonista e submissa da mulher na História da Arte e relacionaram com a relevância do feminismo.
— Aqui eu sinto muito respeito pela disciplina de artes. Fiquei muito emocionada por eles entenderem a conceituação do que foi trabalhado — conta Michelle, emocionada. A professora se inscreveu para concorrer ao Prêmio em agosto deste ano, incentivada pela direção da escola e pelo Polo Arte na Escola, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), onde acontece a formação continuada.
Vice-diretora da Escola Municipal Albertina Azeredo Venâncio, Ismailza Machado, comentou como Michele é querida pelos alunos. “A aula de Michele é diferenciada. Ela utiliza aparelhos tecnológicos e todos os recursos possíveis que a gente tem. É uma coisa diferente porque geralmente aula de artes não atrai o interesse dos alunos, e ela consegue. Tem sempre um ou outro que pede a aula dela”, disse, empolgada.
Antes do mérito concedido pela Alerj, o comprometimento de Michele com o tema a fez ser uma das vencedoras do 1º Prêmio Práticas Inovadoras realizado pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece). O concurso aconteceu em fevereiro deste ano, para a valorização do trabalho docente da rede municipal de ensino. Na ocasião, 10 profissionais de ensino levaram para casa troféus e notebooks pelo bom desempenho.
— A professora Michele sempre está engajada em proporcionar aos seus alunos, experiências estéticas diversas, além de promover espaços de reflexão e ampliação do repertório dos estudantes. Esse Prêmio é resultado de um lindo trabalho que ela desenvolve em sala de aula, que engradece e valoriza o município de Campos no que diz respeito à arte-educação-, destacou Sarah Pereira — coordenadora de Artes da Smece.
Além do 8º ano, a professora ministra atividades para o 6º, 7º e 9º anos. Cultura do folclore, imagens figurativas, formas geométricas e arte abstrata são um dos outros conteúdos abordados. A Escola Municipal Albertina Azeredo Venâncio possui mais de 900 estudantes.