Novembro é o mês de conscientização e prevenção do câncer de próstata, que é o segundo que mais mata a população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Além disso, a campanha “Novembro Azul” tem como foco a garantia dos cuidados relacionados à saúde dos homens. O ponto alto da campanha é no próximo dia 17, data em que é celebrado o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
De acordo com o médico responsável pelas cirurgias urológicas do Hospital Geral Guarus (HGG), Felipe Dias, a única forma de garantir a cura do carcinoma de próstata é o diagnóstico precoce. Ele também enfatiza a importância de expandir a atenção à saúde do homem para além da próstata, abordando a negligência masculina com o autocuidado e a necessidade de cuidados integrais.
“A saúde masculina deve ir muito além do exame de próstata, pois outras condições como diabetes e infarto matam mais, e os homens costumam negligenciar o autocuidado por se colocarem como protetores da família. A partir dos 40 anos, é crucial dar atenção à saúde física, mental, como ansiedade e depressão, e social do homem. Exames de próstata envolvem checar a dosagem de Antígeno Prostático Específico (PSA) e o toque, se necessário, e o maior tabu é a ideia de que o homem é invulnerável e não precisa de cuidados”, reiterou.
O especialista explica que o tumor mais comum é o de pele, sendo o de próstata o segundo mais prevalente em homens, com idade e histórico familiar como fatores de risco. “Não há como prevenir o câncer de próstata, mas sim diagnosticá-lo precocemente através de exames de rotina. A campanha ‘Novembro Azul’ visa a saúde geral do homem, incluindo problemas sexuais e a crescente queda hormonal, muitas vezes ligada à obesidade e sedentarismo, que pode ocorrer até em homens jovens”, destacou.
Felipe salienta que a neoplasia prostática não tem sintoma específico, a não ser quando já está muito avançado, o que dificulta a cura. Nessa fase, os sintomas costumam ser dores ósseas, sangramento na urina, dificuldade para urinar, vontade de urinar com frequência, dor na região infraumbilical, entre outros desconfortos.
“Quanto mais velho for o homem, maior a prevalência de câncer de próstata incidental, ou seja, quando o paciente nem sequer sabe que foi acometido pela doença. Por isso que, mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 40 anos com histórico familiar positivo para carcinoma de próstata (parente de primeiro grau: pai, irmão e tio), e também, para a população geral, devem ir ao urologista para uma avaliação”, recomendou.
TRATAMENTO – Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de carcinoma, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
“A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma”, finaliza o urologista.