Notícia no detalhe
Bois pintadinhos são considerados bens imateriais de Campos
“Uma tradição milenar”. Assim o secretário municipal de Cultura, o professor Orávio de Campos Soares, mestre em Comunicação e Cultura e autor do livro Muata Calombo, editado pela Faculdade de Filosofia de Campos e publicado no ano de 2004, define os bois pintadinhos. Pesquisador da Cultura Popular, Orávio de Campos fala sobre esse folclore de Campos, o qual prefere chamar de “bois de samba”, em sua manifestação urbana. Os bois pintadinhos ou bois de samba estão tendo um espaço reservado na Semana do Folclore, que começou na sexta-feira (17) no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). Os desfiles de boi pintadinhos foram realizados neste sábado (18) e continuam neste domingo (19), sempre a partir das 15 horas.
O secretário de Cultura lembra que os bois pintadinhos de Campos são tombados como bens imateriais pela municipalidade. “Os bois pintadinhos representam toda uma historicidade. Eles remontam ao tempo da civilização. A questão do boi vir para a zona urbana – antes a manifestação era na roça – deve-se ao êxodo rural. Aqui na cidade, o boi perdeu a batida do bumba meu boi e absorveu as batucadas. Longe de ser uma deturpação, o boi de samba e o desfile também são um folclore”, afirma Orávio, que comenta sobre a relação psicanalítica entre o homem e o boi.
- Até hoje, se estuda uma melhor relação entre o homem e o boi. É uma relação que está no tempo e no espaço. O boi está como manifestação religiosa no Egito, em boa parte da Ásia e na Europa. Na Índia, por exemplo, a vaca é um animal sagrado. Temos o caso da vaca Atir, que era uma Deusa no Egito. A mitologia do minotauro, o filho touro do Rei Minos da Grécia, que foi uma conjunção quase que impossível de mitologia com corpo de homem e cabeça de touro – explica o secretário de Cultura.
Orávio conta que o boi veio para o Brasil na colonização. “O Boi Bento, que saiu da densidade religiosa, onde representava o martírio de Jesus Cristo na procissão de Corpus Cristhi, fundiu-se com o Boi Manhahe africano e criou-se no Brasil um grande caldo cultural. O boi serve de alimento, trabalho e ludicidade. E essa tradição dos desfiles dos bois pintadinhos é uma tradição milenar que aqui em Campos ganhou uma característica única”, conclui o secretário.
História - Construídos geralmente com armação de bambu, madeira e arame e coberto com um pano de chita e a cabeça – com os chifres – feita em massa e pintura, os bois pintadinhos (ou malhadinhos), atuais bois de samba, são uma das tradições mais antigas do Carnaval de Campos, datam da década de 30 do século XX. O memorialista Jorge da Paz Almeida, falecido aos 93 anos em 2009, em “Campos: 50 anos de carnaval” (Lar Cristão, 1992) conta que: “o mais famoso e mais antigo vinha da Usina Santo Antônio (Bêco), onde Joaquim Almeida (pai de Quincas), Oswaldo Chamorro e outros, com a colaboração de Oswaldinho Miranda, traziam para a cidade o Boi Montanha, de fato uma montanha de bons foliões que alegravam bastante a cidade”, afirmou.
Segundo consta do livro Muata Calombo (Editora Fafic, 2004), de autoria do pesquisador da Cultura Popular, Orávio de Campos Soares, em sua página 81: “O boi com sua originalidade ainda existe na periferia da cidade de Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, Italva, Quissamã, Carapebus, São João da Barra, São Francisco (com destaque para Gargaú). Os cálculos dão conta da existência de cerca de 400 grupos de bois em toda a região açucareira.”
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