Notícia no detalhe
Os 125 anos da Lei da Abolição da Escravatura lotam auditório
Durante todo o dia desta terça-feira (14) diversas atividades culturais foram realizadas pela Fundação Zumbi dos Palmares para celebrar a Semana da Abolição da Escravatura, a exemplo de como ocorre desde segunda-feira (13) e continuará até a noite desta quarta-feira (15), na sede da Fundação. Na noite desta terça-feira, o primeiro evento ficou por conta dos alunos da Fundação Zumbi dos Palmares, integrados no Projeto Se Ligaê. Na sequência, houve apresentação de grupo teatral do Núcleo de Artes, da FMZP, seguido da participação do grupo de teatro Caixola de Baco, formado por alunos da Uenf e da UFF em Campos, que fez apresentação com ênfase no Teatro do Oprimido, sob direção do estudante ator e diretor, Victor Santana.
Na apresentação teatral, o tema abordado foi “Escravos modernos”, também abordado pela jovem aluna da FMZP, Ellen Correa, 19, atriz, compositora e cantora, que cantou diversos números de sua autoria, em forma de rapp, cuja mensagem teve por objetivo trazer à reflexão a forma sutil de escravização, como o modelo social atual que exige que a mulher negra por exemplo, se enquadre dentro dos padrões de beleza da mulher negra.
- Sou brasileira, sou negra italiana; sou a branca africana - cantou a joven aluna Ellen, em um dos versos musicais na batida do rapp.
- Fiz as músicas para denunciar neste ocasião a “escravização moderna”, que escraviza a mulher por exemplo com os padrões, sem levar em conta seu biótipo. Se uma negra resultado da miscigenação for fininha, como eu, existe a cobrança de que meus quadris deveriam ser mais largos como as minhas tias, mulatas do Sargenteli - se posicionou a jovem ao ser entrevistada, quando explicou que a negra italiana é uma referência à escravização dos imigrantes italianos, que foram escravizados, quando os negros foram livres pela lei Áurea.
Mesa redonda - A partir das 20h, com o auditório lotado, foi realizada uma mesa redonda, com amplo debate, de alto nível, sobre a trajetória das conquistas do negro no Brasil, desde a escravatura, o início da luta, até a atuação do negro na miscigenação da nação brasileira e a conscientização da negritude nos dias atuais, que tem gerado avanços no aspecto pessoal, com maior integração social. No debate da mesa redonda, mediado pelo jornalista Jorge Luiz dos Santos, presidente da FMZP, estiveram a professora e teatróloga, pós graduada em Estudos Culturais e História da Diáspora Africana, Conceição de Maria P.A. Rosa e o professor, museólogo e pesquisador, Carlos Freitas, presidente do Arquivo Público de Campos. A qualidade do debate manteve o público atento aos temas até por volta das 22h.
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