Notícia no detalhe
Inclusão nas escolas: importante auxílio na aprendizagem
Ashley tem oito anos e sua brincadeira favorita é desenhar. Além das aulas regulares no turno da tarde, a menina vai à Escola Municipal Maria Lúcia duas vezes por semana pela manhã, onde, com o auxílio de uma professora, utiliza o desenho para expressar sua visão de mundo, aprender e se divertir. A menina tem Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD), diagnosticado logo no início de sua jornada escolar e, assim como outras cerca de mil crianças com necessidades especiais, ela faz parte do programa de inclusão criado pelo Departamento Multiprofissional da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte (SMECE).
O programa possui duas vertentes: as Salas de Recurso e o Espaço Multiprofissional de Apoio à Aprendizagem (EMAA). A primeira atende crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais, como surdez, cegueira, Síndrome de Down, autismo, Síndrome de West, Síndrome de Goldenhar, Síndrome de Kabuki, encefalopatia, entre outras, dentro do próprio ambiente escolar.
De acordo com a pedagoga Adesla Paula Garcez Fonseca, a proposta do projeto é inserir essas crianças no meio social, fazendo com que eles assistam às aulas de Português, Matemática e Ciências. Desta forma, além de trabalhar, naturalmente a cognição, também auxilia na aceitação das diferenças. No entanto, duas vezes por semana, os pais das crianças com necessidades especiais levam-nas à escola, em contraturno (à tarde para alunos da manhã e pela manhã para alunos da tarde), para que elas sejam atendidas individualmente através de recursos lúdicos, estimulação sensorial e atividades assistidas.
Atualmente, existem 45 salas, sendo 17 multifuncionais, com material enviado pelo Ministério da Educação (MEC). O EMAA serve como um elemento somatório dentro do processo educativo da criança ou do adolescente que tem dificuldades no processo de aprendizagem.
De acordo com a fonoaudióloga Isabela Dutra Coelho Brandt, no primeiro semestre deste ano foram atendidos 400 alunos, em média. São alunos da rede municipal de ensino, desde a creche até o 5º ano do ensino fundamental, que, por algum motivo, não conseguem acompanhar as aulas. No local, psicólogos, psicopedagogos, musicoterapeutas e fonoaudiólogos realizam uma avaliação e acompanhamento, para diagnosticar a especificidade daquele aluno, e estudam a melhor maneira de lidar com ela.
Segundo Isabela, o Espaço funciona desde 2010, mas somente no ano passado foi designado um local fixo para o atendimento, localizado na Rua Lacerda Sobrinho, 144, nos fundos da Escola CEMSTIAC. Ela disse que muitos alunos encaminhados pelos professores chegam ao EMAA com baixa autoestima por não conseguirem se adequar às aulas regulares ministradas nas salas de aula.
- Daí, a necessidade de um trabalho integrado com as unidades escolares, a fim de juntos, pensarmos e elaborarmos um melhor acompanhamento ao aluno. Criamos aqui um local onde a criança ou ou adolescente pode se colocar, sem medo de errar, tendo sua personalidade aceita e respeitada. Deixamos o aluno à vontade e, assim, conseguimos criar laços com ele, para juntos, podermos pensar no melhor caminho a seguir - explicou Isabela.
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