Fotografias, documentos e objetos retratam o passado e o presente da indústria sucroalcooleira na região, por meio da exposição “Memória do Açúcar”, realizada pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. O Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho passou a expor na tarde desta quinta-feira (7), o acervo doado pelo Sindicato do Açúcar e do Álcool.
No local, o público tem a oportunidade de conhecer os demonstrativos do movimento de produções das usinas canavieiras, desde 1968, entre livros-caixas e dados que comprovam que Campos foi uma das cidades mais importantes no setor no Brasil.
Os usineiros da época, como José Carlos Pereira Pinto, senador da República; Cristóvão Lizandro Albernaz, proprietário da Usina São João; Edmundo de Macedo, governador do Rio de Janeiro; e Geraldo Peixoto do Carmo, estão retratados através de quadros.
No século XIX, a produção açucareira campista atingia o auge, com a introdução de novas técnicas na fabricação do açúcar, além da entrada vultosa de capitais para o aprimoramento dos primitivos engenhos, que se transformavam em engenhos centrais e em usinas. A primeira usina instalada no Brasil foi a Usina do Limão, em Campos, em funcionamento em julho de 1879
Atualmente, o numero de usinas caiu de forma exorbitante. Porém, o professor de história econômica da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walter Pereira, diz que a hipótese inicial deve ser fundamentada através de estudos complementares, que devem ser feitos para diagnosticar a causa da queda da produção na região.
Walter ministrou a palestra sobre a expansão economia local e regional. “Mesmo com o auge da cana de açúcar, os donos de terra tinham multiplicidade de riquezas, a partir de investimentos e detendo o grande número de escravos”, explicou.
- A fabricação do açúcar foi importante para o crescimento cultural, durante os séculos. Eu trabalho no sindicato, que foi fundado em 1934, sendo o primeiro sindicato patronal do Brasil. O presidente da Firjan, Geraldo Coutinho se preocupou em deixar este acervo disponível para a sociedade e fez esta doação para o Arquivo – disse o representante do Sindicato da Indústria e do Álcool, filiado à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).