Campos já conta com três novos dispositivos de enfrentamento ao crack e outras drogas: uma Unidade de Acolhimento Infanto-juvenil (UAI), um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), que em maio deste ano foi transformado em Caps AD III; e o Consultório na Rua. A Prefeitura de Campos criou o Comitê Municipal Intersetorial de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas e o município aderiu ao programa federal “Crack – é possível vencer. Ao todo, o município conta com oito dispositivos de saúde mental.
O Consultório na Rua engloba os serviços da Saúde Mental e da Atenção Básica, mas a ideia é integrar outras secretarias, como a da Família e Assistência Social e a de Educação, Cultura e Esportes, nas ações.
- Nesta luta contra as drogas, a Secretaria de Saúde administra estes três dispositivos. São equipamentos vinculados à Saúde Mental, que integra a Atenção Básica. No Estado do Rio, com exceção da capital, Campos é o único município com uma estrutura conjunta de UAI e Consultório na Rua. Temos também uma clínica de reabilitação para adultos – destaca o vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor Chicão.
O secretário explica como os trabalhos são desenvolvidos. “O Caps AD, agora Caps AD III, permanece como porta de entrada de intercorrências para álcool e outras drogas, definindo o fluxo, o encaminhamento e o cuidado ao paciente na rede de saúde. A unidade funciona 24 horas e tem leitos para internações de dependentes químicos por períodos curtos, de no máximo 90 dias. As internações não têm caráter compulsório”.
Em Campos, foi implantada a primeira Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil do interior do Estado. “A UAI é uma unidade para acolhimento de crianças e adolescentes com idades entre 10 e 18 anos, vinculada ao Caps AD. A unidade funciona 24 horas, todos os dias da semana, como uma residência temporária (por até seis meses). O Ministério da Saúde especifica o objetivo das unidades de acolhimento, que é garantir ao dependente químico, todo tratamento e acompanhamento que propiciem sua estabilidade clínica, o cuidado integral à saúde de forma a garantir sua reinserção na família e na sociedade”, ressaltou o vice-prefeito.
Consultório itinerante para população em situação de rua
Subsecretário de Atenção Básica, Roberto Vogel, explica que o terceiro dispositivo da Saúde de Campos para o enfrentamento ao crack e outras drogas é o Consultório na Rua (CR), que é coordenado pela Atenção Básica. Como o nome diz, o serviço funciona como um consultório itinerante de atenção à saúde, para atendimento a populações em situação de rua, em um determinado território. É desenvolvido por um Grupo de Trabalho para População em Situação de Rua (GT PopRua), em parceria com os Caps e uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Centro da cidade.
Dados da Vigilância em Saúde e da Vigilância Socioassistencial apontam que entre as populações em situação de rua, aproximadamente, 90% das pessoas são usuárias de drogas.
- É importante frisar que o Consultório na Rua não é polícia, não tem objetivo de vigiar, punir ou retirar “moradores de rua” de um determinado lugar. É um consultório, que levará atendimento médico, de enfermagem e assistência social a essas populações. Não nos interessa quem é a pessoa e, sim, se essa pessoa precisa de cuidados. Podemos encontrar, por exemplo, um dependente químico que queria se livrar das drogas e, assim, o encaminharmos para o Caps AD III; ou descobrir, no grupo, alguém com tuberculose, que precisará de tratamento clínico. A função do CR é oferecer assistência clínica a essas populações - frisou Vogel.
Parcerias para otimizar os serviços - A coordenadora do projeto Consultório de Rua, a enfermeira Karyne Martins, conta que, inicialmente, o serviço está sendo realizado por enfermeiro, técnico de enfermagem e estagiário de Serviço Social, em parceira com equipes do Serviço de Abordagem Social do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (CentroPop).