O secretário de Governo, Anthony Garotinho, acompanhado do vice-prefeito, Doutor Chicão, e do secretário de Saúde, Geraldo Venâncio, se reuniu nesta quinta-feira (19) com o Sindicato dos Médicos para apresentação da proposta do pagamento dos médicos dos hospitais contratualizados, desvinculado dos repasses dos hospitais. O secretário de Governo lembrou que há um ano se reuniu com o presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo, para tratar deste tema, mas houve dificuldades, porque parte dos hospitais não concordou. Durante a reunião desta quinta-feira, os dirigentes dos hospitais concordaram, mas a prefeitura aguarda a resposta final.
Durante a reunião, ficou acordado que a produção dos médicos e a parte dos hospitais serão pagas de forma separada. O Sindicato dos Médicos vai comunicar a proposta aos profissionais, que vão se manifestar livremente se optam por receber diretamente da Prefeitura ou se preferem continuar recebendo com a intermediação dos hospitais. "Vamos pagar diretamente aos médicos, com a interveniência do Sindicato dos Médicos, por meio da conta corrente de cada médico", informou o secretário Anthony Garotinho.
O secretário informou que, para evitar problemas de ordem burocrática, conseguiu autorização no Ministério da Saúde. “Consegui a edição de uma resolução no âmbito federal para podermos pagar diretamente aos médicos. A partir do próximo pagamento, pagaremos a partir do quinto dia após o pagamento do repasse federal. Já temos empenho de R$ 41,7 milhões para a contratualização até o final do governo da Prefeita Rosinha”, anunciou Garotinho.
O presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo, declarou que os médicos estão abandonando o sistema público e que as Santas Casas no Brasil estão fechando, porque a tabela SUS está defasada há mais de 15 anos. “Por isso, a medida da Prefeitura de Campos é muito importante”, afirmou.
O secretário de Saúde, Geraldo Venâncio, destacou a boa vontade do governo municipal em fazer a complementação da tabela SUS para os hospitais contratualizados pela Prefeitura. "A complementação municipal é em cima da tabela do SUS e ocorre na razão de 100% a 150% em cima dos valores pagos pelo SUS. Esta medida é inédita, empenhar todo valor até o final do governo. Isso dá aos hospitais, capacidade de planejamento de suas atividades", disse Venâncio.
Médicos e dirigentes de hospitais aprovam a medida adotada pela Prefeitura
- A adoção desta medida muda o paradigma porque cada médico vai receber de forma justa pela sua produção (consultas, exames, cirurgias), de forma separada da parte concernente ao hospital. A medida atende ao desejo da maioria dos médicos, porque com a contratualização que a Prefeitura fez com os hospitais, a questão referente a pagamentos vai melhorar para as unidades, e ao desvincular esse pagamento dos honorários médicos, desobriga os hospitais do trabalho de fazer os repasses e agiliza o pagamento aos médicos – ressaltou o líder dos médicos, José Roberto Crespo.
Segundo ele, esta medida resgata o modelo que funcionava na década de 70, quando o antigo Inamps remunerava os médicos de forma desvinculada do pagamento dos hospitais. “Antes de assinarmos o novo modelo, na condição de interveniente, conforme entendimento com o secretário de Saúde e o secretário de Governo, vamos apresentar a proposta aos médicos e elaborarmos a lista com os interessados com o número de suas contas para recebimento de seus honorários”, informou Crespo.