A programação de inauguração das obras de reurbanização do espaço público e da sede da Academia Campista de Letras (ACL), do centenário da entrega por Nilo Peçanha, começa neste sábado (5), com sessão solene às 10h, na Academia Campista de Letras, na Praça Nilo Peçanha (Jardim São Benedito). A solenidade com descerramento de placa alusiva às obras será conduzida pelo presidente da ACL, Hélio de Freitas Coelho, e contará com a presença de diversas autoridades.
Ao fim da solenidade no Jardim São Benedito, haverá uma caminhada pelas Ruas Saldanha Marinho, 13 de Maio, Boulervard Francisco de Paula Carneiro, Praça São Salvador e Avenida 15 de Novembro (Beira-Rio). A caminhada será finalizada no Obelisco, em frente à Igreja Presbiteriana, onde ocorrerá mais uma solenidade para a entregue da restauração daquele marco centenário.
Ainda no sábado (5), às 18h, será realizada uma exposição de peças do Museu Maçônico do Rio de Janeiro, “O maçom Nilo Peçanha, sua obra, seu legado”, no Auditório Cristina Bastos, no Instituto Federal Fluminense (IFFluminense Campus Centro). O evento contará com a presença de grandes autoridades maçônicas estaduais e federais.
- Toda a programação remonta à chegada de Nilo Peçanha, em cinco de novembro de 1916, então Presidente do Estado do Rio de Janeiro, hoje denominado governador, para a inauguração de uma série de obras de melhoramentos na cidade, como a Praça Nilo Peçanha (conhecida como Jardim São Benedito), o obelisco da Beira-Rio, obras de saneamento básico e o próprio prédio da Academia Campista de Letras, construída para ser a primeira escola ao ar livre. As inaugurações contaram com a presença do então Presidente da República, Wenceslau Braz - contou o presidente da ACL, Hélio Coelho, acrescentando que os recursos para as obras foram oriundos de um fundo de investimentos criado por usineiros da cidade, em 1907.
Segundo Hélio Coelho, os usineiros abriram mão de uma taxa sobre a saca de açúcar para que fossem feitas obras de melhoramento da cidade.
Nilo Peçanha
Nilo Peçanha nasceu em 2 de outubro de 1867, em Campos dos Goytacazes. Seu pai era conhecido na cidade como “Sebastião da Padaria”. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, até que se mudou para o Centro da cidade, quando Nilo Peçanha chegou à idade escolar.
Fez os estudos preliminares em sua cidade, no Colégio Pedro II. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou.
Foi descrito como sendo mulato e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Durante sua juventude, a elite social de Campos chamava-o de “o mestiço de Morro do Coco”.
Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do Estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906, quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena.
Com a morte de Afonso Pena, em 1909, Nilo Peçanha assumiu o cargo de presidente. Ao fim do seu mandato, retornou ao Senado em 1912 e, dois anos depois, foi novamente eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro.
Em 5 de novembro 1916, então presidente do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha contemplou a cidade de Campos com um pacote de obras de reurbanização do espaço público e da sede da ACL .