A superintendência de Igualdade Racial (Supir) vem buscando parcerias com as instituições de ensino superior de Campos para o desenvolvimento de projetos de politicas públicas. Na segunda-feira (6), a superintendente Lucia Talabi se reuniu com a vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), professora doutora Elis de Miranda Araújo.
Durante a reunião os coordenadores da Supir juntamente a Elis de Miranda discutiram sobre o mapeamento das áreas que necessitam de maior atenção do poder público no tocante à promoção da Igualdade racial.
— É necessária a união dos saberes para desenvolvermos projetos de impacto social. Nossa estratégia é poder inserir as universidades no processo de formulação e execução de projetos junto ao poder público. Esse mapeamento ao qual estamos nos dedicando nos ajudará a identificar as demandas gerais e também as demandas específicas de cada bairro e região. Campos é uma cidade com um território imenso e precisamos entender como as necessidades estão distribuídas ao longo do nosso território — disse Talabi.
Segundo a professora da UFF, a instituição pode tanto oferecer seus espaços, quanto disponibilizar a produção do conhecimento de profissionais da universidade e de estudantes em formação de graduação e pós-graduação. A universidade tem projetos sociais significativos, como o Galpão Cultural e a Clínica de Psicologia, a única pública em atendimento em Campos.
Uma iniciativa como esta é vista como um ponto positivo na promoção de políticas públicas, de acordo com as afirmações da coordenadora Elis de Miranda: “Existem informações que a prefeitura detém e que nós precisamos para pensar melhor a cidade e até mesmo a região”, explica Elis de Miranda que ressalta ainda a dificuldade de acesso das universidades ao poder público: “Muitas vezes tentamos o acesso ao poder público e foi muito difícil. E por isso a troca, em algumas situações, acabou sendo pessoal e não institucional. Mas, essa não é uma realidade só de Campos, é geral. As gestões municipais, geralmente, não compreendem a forma como que as universidades podem contribuir no desenvolvimento regional”.
Lúcia Talabi destaca que as instituições de ensino superior oferecem quadros técnicos que, dificilmente, são encontrados dentro de uma prefeitura. “Vivemos numa cidade universitária e pouco se usufrui destas ofertas de uma forma que favoreça toda a sociedade”, enfatiza Lucia acrescentando que os cursos oferecidos anteriormente pela Superintendência da Igualdade Racial serão mantidos, mas com uma nova metodologia: “Antes o aluno vinha para cá e aprendia a tocar o violão. Agora, a gente quer mais. A gente quer que o curso de violão, por exemplo, seja uma ponte para o aluno entender como os negros e os outros segmentos étnicos contribuíram na construção de ritmos e manifestações culturais no Brasil. E assim a formação da nossa identidade. Apostamos nessa troca com as universidades, que tem o corpo técnico para respaldar todas essas nossas ideias”, finaliza.