Promover inclusão e autonomia, através do esporte, para os alunos com deficiências da rede pública municipal de Campos. Este é o objetivo da parceria firmada, nesta terça-feira (2), entre a secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece) e o departamento de paraesporte da Fundação Municipal de Esportes (FME). Ao todo, a rede possui 1.079 estudantes clinicamente atestados com algumas deficiência. A princípio, serão atendidas as escolas que possuem maior número de alunos com essas condições.
De acordo com a subsecretária de Educação, Luciana Eccard, a intenção é não limitar os alunos ao espaço das unidades de ensino, oferecendo a eles uma atividade extra curricular, fora do horário das aulas “Queremos promover uma mudança de pensamento em toda a rede e nas próprias famílias para que esses estudantes desenvolvam suas potencialidades, tenham melhor qualidade de vida e mais autonomia”, explicou Eccard.
Para que o objetivo seja alcançado, além de oferecer atividades esportivas aos alunos com deficiência, a parceria visa, concomitantemente, trabalhar com os responsáveis pelos estudantes, oferecendo a eles, futuramente, um atendimento multidisciplinar enquanto aguardam as crianças nas aulas. “Desta forma, eles poderão lidar melhor com as necessidades das crianças, além criar uma rede de apoio entre eles”, salientou Luciana.
O projeto também vai capacitar os professores de educação física que atuam nas escolas. No próximo dia 22, a equipe de paraesporte da FME ministrará um curso para estes profissionais. “Muitas vezes é na aula de educação física que este aluno se sente mais excluído, pois os professores não foram capacitados pela rede para lidar com as necessidades educacionais especiais que os alunos deficientes possuem”, destacou o diretor de Educação Física da Smece, Marcelo Viana.
Marcelo enfatizou ainda que a parceria pretende que a inclusão comece na escola e que professor esteja apto a inserir o aluno deficiente, assim como observar às potencialidades deles para a prática esportiva.
Os alunos terão disponíveis as seguintes modalidades: natação, iniciação esportiva, futebol, ginástica artística, bocha e dança. A FME também oferece equoterapia, mas é um tratamento feito com encaminhamento médico. Uma equipe da fundação começará a visitar às escolas selecionadas ainda este mês, fazendo a pré-inscrição. As primeiras turmas terão suas aulas na sede da FME, mas uma segunda fase do projeto atenderá as escolas mais afastadas do Centro, com aulas na própria localidade.
— Praticamente todo aluno pode fazer atividade física.Não importa qual a deficiência dele, há sempre alguma modalidade esportiva que o ajudará no seu desenvolvimento. O esporte é um facilitador da autonomia — frisou Fábio Coboski, coordenador do paraesporte da FME.
Rosane Duarte, mãe de um estudante com síndrome de Down que já faz natação na FME, apoia a iniciativa. “Desde que meu filho começou a fazer esportes ele melhorou muito. Ele anda melhor, fala melhor e emagreceu. É muito importante que mais crianças como ele tenham acesso ao esporte”, pontuou.
Também participaram da reunião o psicólogo da FME Hugo Leonardo Neves, Nayne Tammy, membro da equipe técnica da FME, Beatriz Siqueira, membro da equipe de educação especial da Smece, e a psicóloga e psicopedagoga Sílvia Ribeiro da Smece.