A superintendência municipal Igualdade Racial (Supir) se reuniu nesta terça-feira (9) com representantes de quilombolas do município, para analisar as demandas das comunidades e discutir os termos da cooperação técnica a ser desenvolvida. A ideia, segundo o superintendente adjunto, Rogério Siqueira, é firmar parcerias para atender as necessidades mais urgentes, dentro da proposta de levar atendimentos diversos nas áreas social e da educação, promovendo também a identidade cultural dessas regiões.
— Sabemos que as carências são muitas e que não temos como, de imediato, atuar em todas as frentes necessárias para atender as demandas, mas com diálogo, ouvindo as comunidades poderemos desenvolver estratégias eficientes que poderão atender a amplitude e complexidade das demandas apresentadas por este importante segmento. O prefeito orienta que trabalhemos em parceria e é isso que estamos fazendo. Buscando parcerias para conseguir desenvolver as ações. É uma troca mútua de conhecimentos. Isso é muito enriquecedor. Pelos próximos dias nossa equipe técnica estará em constante diálogo com as representações quilombolas para desenvolver o documento de cooperação técnica a ser assinado. É um marco histórico — observou Rogério Siqueira.
A diretora de territórios da superintendência, geógrafa Ianani Dias, deu uma noção do tamanho do desafio a ser enfrentado. “Para ter ideia, nas áreas de quilombolas do distrito de Morangaba, na região do Imbé, temos os números mais críticos de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município. E só agora, pela primeira vez, estamos iniciando a implantação de políticas públicas territoriais”, ressaltou.
A superintendente Lúcia Talabi está otimista com os avanços dos primeiros entendimentos e confiante na celebração do termo de cooperação técnica nas próximas semanas. “Vamos adiante na implantação das políticas públicas tão necessárias a essas comunidades que já esperaram tanto. Vivemos um momento histórico com o avanço de ações de políticas afirmativas para a promoção da identidade cultural nessas áreas de quilombolas”, afirmou, adiantando que o jurídico da superintendência vai agilizar nos próximos dias a documentação para assinatura do termo com o Instituto de Desenvolvimento Afro Norte e Noroeste Fluminense (Idannf).
A coordenadora do Idannf, Lucimara Muniz, também espera um importante ganho para as comunidades quilombolas. “A assinatura de cooperação técnica vai fortalecer um trabalho já realizado pelo Idannf. Trata-se do reconhecimento de um segmento quilombola e a construção de novos alinhamentos entre ambas as partes num município que concentra maior número dessas comunidades no Estado. O termo vai reforçar o comprometimento do diálogo de uma política pública entre a sociedade civil e poder público na construção de uma pauta para visibilidade e empoderamento das Comunidades quilombolas. Muitas ações se seguirão em um só objetivo para o povo quilombola”.