O preço médio da cesta básica em Campos teve aumento de 5% no mês de abril, totalizando o valor de R$ 401,13. A pesquisa foi divulgada pelo departamento de educação e pesquisa da superintendência do Procon/Campos. A apuração do valor dos 13 itens que compõem a cesta básica foi realizada em sete redes de supermercados do município, nos dias 18 e 19 de abril.
Sete alimentos apresentaram alta em relação ao mês de março: o tomate (45%); a batata inglesa (32%); a margarina (10%); o pão francês (4%); o leite integral (6%); o arroz (3%) e o açúcar (1%). Os produtos que apresentaram queda de preços no mês de abril foram a farinha de trigo (-7%); o feijão preto (-2%); o café em pó (-19%); o óleo de soja (-14%); a carne alcatra (-2%) e a banana prata (-7%).
Considerando a jornada de trabalho mensal brasileira de 220h, o trabalhador campista teve que despender 94 horas e 9 minutos para adquirir suas provisões alimentares básicas, 4 horas e 13 minutos a mais do que no mês anterior. Em relação ao salário mínimo líquido, descontado o imposto previdenciário de 8%, a cesta básica tomou 47% do valor recebido, como explica o diretor do departamento de Educação e Pesquisa do Procon, Raphael Soares.
— A orientação seguida por nós visa, sobretudo, informar a sociedade e o trabalhador acerca do poder de compra do salário mínimo. Segundo o que é estipulado em lei, o salário mínimo deve ser o suficiente para prover alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene e transporte ao trabalhador. Mediante o levantamento dos preços da cesta básica, portanto, estabelecem-se medidas que nos auxiliam a estimar o quanto a política de valorização do salário mínimo vem se adequando a cumprir os fins a que se destina ou não — diz Raphael.
Inflação Oficial — Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e divulgada pelo IBGE na última quarta-feira (10), a inflação oficial perdeu força de março para abril, passando de 0,25% para 0,14% — a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real.
No acumulado do ano, o indicador está em 1,10%, abaixo dos 3,25% registrados entre janeiro e abril de 2016. Os preços foram impactados principalmente pelas contas de energia elétrica, que ficaram 6,39% mais baratas — ajudando as despesas com habitação a caírem 1,09% em abril — e pela queda dos preços dos combustíveis. O segmento de alimentação e bebidas, entretanto, registrou aumento de 0,58%, puxado pelo avanço nos preços de produtos como o tomate e a batata-inglesa. A coordenadora de índice de preços do IBGE, Eulina Nunes, esclarece que “A expectativa é de que a safra de grãos tenha aumento de 230 milhões de grãos [neste ano] em relação a 2016, mas em abril teve entressafra de produtos como tomate e batata para que a oferta diminuísse. No caso do tomate, a safra neste ano foi enorme e isso levou os produtores a reclamarem de prejuízos e eles fizeram com que a safra diminuísse um pouco. Teve destruição para elevar o preço”.
Cenário Nacional — Em abril de 2017, segundo a pesquisa mensal realizada pelo Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos (Dieese), o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 93 horas e 17 minutos, maior que o de março, que totalizou 90 horas e 33 minutos. Em abril de 2016, o tempo era de 96 horas e 26 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em abril, 46,09% do salário mínimo para adquirir os mesmos produtos que, em março, demandavam 44,74%. Em abril de 2016, o percentual foi de 47,64%.