O primeiro dia de apresentações da 1a Mostra Cultural de Dança lotou o Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos, na noite deste sábado (20). Quarenta coreografias de ballet clássico, contemporâneo, jazz e sapateado. Neste domingo (21) acontece o último dia de evento com workshops a partir das 9h30 e às 19h mais 20 apresentações de danças populares e urbanas com grupos como Me Deixa Dançar, Caldeirão Hits e Black e Cia.
Entre os que se apresentam neste sábado estão a Cia. de Dança Simone Matheus, a Escola de Dança Ronaldo Vasconcelos e o Centro de Artes Madeleine Rosay. O destaque da noite foi a apresentação da bailarina Andréia Marcolino, de 31 anos, que emocionou a todos com seu exemplo de superação. Andréia descobriu o ballet ainda criança ao acompanhar sua mãe, que costurava figurinos para diversas companhias de dança. Com o tempo, ela começou a ingressar na carreira e chegou a ter aulas na companhia de dança Simone Matheus e também participou do projeto Estrelas do Amanhã.
Psicopedagoga de formação, Andréia sempre trabalhou com crianças portadoras de necessidades especiais e sempre introduzia a dança em seu trabalho. Porém, em 2011, Andréia sofreu um acidente quando ia dar aula, que a deixou com duas sequelas: uma na audição e outra na cervical.
Devido à gravidade das lesões, a bailarina teve que ficar numa cadeiras de rodas e sua recuperação durou anos, o que fez com que ela se afastasse da dança. Hoje, amparada por muletas, Andréia voltou a fazer uma das atividades que mais gosta, que é a dança, e foi a única campista a participar da a abertura das últimas paralimpíadas.
Neste sábado, a bailarina apresentou a coreografia "O recomeçar com limitações", que foi montada por ela de acordo com sua história de vida. "Para mim dançar é algo muito gratificante. Sempre trabalhei a dança com crianças portadoras de todos os tipos de necessidades especiais, inclusive escrevi um trabalho acadêmico sobre a dança e a inclusão dos portadores. E quando me vi numa cadeira de roda, os exemplos das crianças e da dança me motivaram a dar a volta por cima. Hoje tomo vários remédios por conta das sequelas e espero não precisar mais das muletas, mas se Deus quiser assim também eu vou aceitar", contou emocionada.
O vice-presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Vinicius Soares, comentou sobre o espetáculo.
- Esse evento mostra que estamos no caminho certo, incentivando outras realizações como essa e até de outras manifestações culturais aqui no Teatro de Bolso e também no Trianon - disse.
O diretor do Teatro de Bolso, Fernando Rossi, ressaltou que o teatro é um espaço para receber o público. "Reabrimos o teatro com o show do Breno e hoje estamos com essa 1a Mostra de Dança, que lotou a plateia. Estamos fazendo do teatro o que ele realmente é: um espaço para receber as pessoas. E estamos vendo que o público tem atendido esse chamado. O evento deste final de semana é uma oportunidade também das companhias apresentarem suas performances, além dos espetáculos de fim de ano", observou.
O gerente de Artes e Ofícios da FCJOL, Pedro Fagundes, também falou sobre a aproximação do teatro com o público.
- Nossa presidente logo abraçou a ideia da mostra de dança. É uma forma de prestigiar o artista local e colocar em prática uma promessa de campanha do prefeito Rafael Diniz, que é devolver o teatro para a classe artística e para seu público - disse.
Workshops - Neste domingo, dia 21, o evento começa com “Contemporâneo Intermediário”, a partir das 9h30, com Diego Rosa. A partir das 11h, é a vez do “Street Dance Class”, com Leon Jackson. Tatyana Tavares ministra “Sapateado Intermediário” a partir das 14h.