Apresentar ao superintendente regional, no Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Castilho, e ao corpo técnico do órgão, o projeto de produção aquífera a ser desenvolvido no Assentamento Che Guevara, na Baixada Campista, e o plano de manejo dos canais que abastecem os tanques onde vai ser produzido o pescado. Este foi o principal objetivo da reunião, realizada na sexta-feira (19), entre o Incra; o superintendente de Pesca e Aquicultura, José Roberto Pessanha, e o superintendente adjunto, José Armando Barreto, além de representantes de 74 famílias do assentamento.
O grupo quis receber do Incra a garantia dos recursos para fomentar a recuperação das comportas que aduzem água do canal Santo Bento e a manutenção dos canais secundários do Alexandre e do Sairu, em torno do assentamento. “O superintendente garantiu que eles vão apoiar projeto até R$ 2 milhões para fazer esse processo de limpeza e manutenção de todos os canais secundários, que cortam o Assentamento Che Guevara, e os canais que vão garantir a água para a produção de peixe nos tanques”, informa José Armando.
Nesta semana, haverá uma reunião com o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Clédson Bitencourt, para começar a trabalhar o projeto básico. “Agora, estamos trabalhando junto à superintendência de Captação de Recursos para fazer esse projeto acontecer. A partir daí, vamos colocar o projeto básico no sistema do Governo Federal para receber o aval do Incra e iniciar esse trabalho junto às comportas e aos canais secundários que vão abastecer todas as glebas e devolver a vida à esta área porque tem água salgada. E onde tem água salgada, não se produz, praticamente, nada e nem o gado sobrevive”, explica o superintendente José Roberto.
Também participaram representantes da Associação dos Assentados, como o presidente José Chagas e Davi Barbosa; e a diretora da Cooperativa de produtores do assentamento Fazenda Ilha Grande, Vanilce Rangel, que soube do projeto e foi buscar informações.
Sobre o projeto - O projeto de monitoramento, acompanhamento, limpeza dos canais e recuperação das comportas vai permitir que a região seja dessalinizada por conta da obstrução das comportas e dos canais secundários. Segundo José Armando, desde o fechamento da usina de Baixa Grande os canais secundários não passam por manutenção. “O Canal Andressa teve manutenção, mas os secundários, não. Então, tem água do canal maior, abastecedor, mas não tem água do canal menor”, esclarece o superintendente adjunto.
— Quando falamos em produção de alimentos e matérias-primas, na maioria das ocasiões referendamos apenas recursos naturais, tais como o solo, clima, as diversas culturas, lavouras e empreendimentos pecuários. Poucas vezes, a Aquicultura é observada. A garantia da segurança hídrica é minha principal preocupação, é deve ser de todos. Sem água limpa e de qualidade não é possível, produzir, cultivar, processar e ou transformar qualquer alimento. Nós mesmos, temos em nossos corpos, mais água que qualquer outro componente — finaliza José Armando Barreto.