A reinserção das mulheres abrigadas na Casa Benta Pereira no mercado de trabalho foi tema de reunião na tarde desta quarta-feira (28) na Casa de Convivência do Parque Tamandaré. O encontro firmou parceria para qualificação das acolhidas nos cursos e oficinas oferecidos na Casa, após reintegração à sociedade. A parceria uniu a Superintendência dos Direitos do Idoso, a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (SMDH) e a Superintendência de Justiça.
Participaram do encontro, a gerente do Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade da SMDH, Anne Caroline Cardoso; a coordenadora da Casa Benta Pereira, Conceição Gama; o diretor da Casa de Convivência, Oresten Júnior; a instrutora de artes da Casa, Josania Maria da Silva; a Superintendente de Justiça, Mariana Lontra Costa; e a advogada da Superintendência que está atuando na Casa Benta Pereira, Aline Solino.
— Durante o atendimento da advogada Aline às vítimas acolhidas na Casa Benta Pereira foi percebido que uma das maiores preocupações das mulheres é como elas vão voltar ao mercado de trabalho. Pensamos, então, nessa parceria com a Casa de Convivência para que elas aprendam a fazer artesanato, vender por conta própria e participar de feiras. Essa autonomia financeira é essencial para a reconstrução da autoestima da mulher e para que ela não precise voltar ao convívio com seu agressor, que muitas vezes é quem provê a família financeiramente — explica Mariana Lontra Costa.
Conceição Gama lembra que a Casa Benta Pereira mantém outros tipos de parceria.
— As abrigadas já fazem cursos de qualificação profissional através de outras parcerias firmadas com a Casa Benta Pereira, mas o maior objetivo dessa nova parceria é poder contar com mais um equipamento e solidificarmos cada vez mais a atuação em rede. Vamos continuar mapeando os cursos oferecidos em diversos territórios da cidade para que ao ser desabrigada a mulher possa dar continuidade a sua qualificação nos equipamentos próximos à sua nova residência. O foco da Casa da Mulher Benta Pereira em conjunto com a SMDH é promover o empoderamento dessas mulheres e a inserção ou reinserção no mercado de trabalho — acrescenta Conceição Gama.
Anne Caroline Cardoso explica como funciona o trabalho da Casa Benta Pereira.
— O abrigo para mulheres é ofertado pela política Pública de Assistência Social que a SMDHS executa. O nosso objetivo é acolher a mulher em situação de violência doméstica e junto à rede de garantia de direitos e a rede socioassistencial em que o Creas atua, ofertar a elas mecanismos de superação da violação. Fazer parcerias para esse trabalho é de suma importância para a garantia de direitos das nossas usuárias — conta Anne.
A Casa de Convivência oferece cursos de crochê e vagonite. Também são oferecidas oficinas diversas com duração de apenas um dia. Decupagem, pátina e pintura em sabonete são exemplos de oficinas oferecidas no local.
— Ficamos muito felizes com essa parceria. Entendemos que depois de passar por situação de violência e precisarem ficar afastadas da sociedade externa, por razões protetivas as mulheres precisam de um norte para a reintegração. Podermos ajudá-las a ter esse norte é uma grande satisfação — comenta Oresten Júnior.