Notícia no detalhe

Curiosidades sobre o chuvisco reveladas em palestra no Museu

Por: Edson Cordeiro - Foto: Antônio Cruz - 26/07/2017 - 09:19:22

O professor de geografia, mestrando e pesquisador Ives Duque proferiu, na noite desta terça-feira (25), no Museu Histórico de Campos, a palestra “O doce chuvisco na tradição e memória campista: novas contribuições e apontamentos”. O evento, com entrada gratuita e sem necessidade de inscrição, fez um alerta para o risco de desaparecimento na cidade, da arte de produção artesanal do doce.

— Minha proposta é que se trabalhe para transformar em Patrimônio Imaterial de Campos, a “arte de fazer doces pelas doceiras”. Pelo que percebi nas entrevistas que realizei com diversas doceiras, elas não estão transmitindo a sua arte a outras pessoas. Quem trabalha com doce hoje prefere receitas que não deem muito trabalho, e o chuvisco é um doce muito trabalhoso — explica o pesquisador.

Segundo Ives, ao contrário do que muitos pensam, Campos passou a investir no chuvisco a partir da década de 1960.

— Até então, o município era conhecido como a “terra da goiabada”. Talvez por necessidade de gerar uma nova fonte de turismo e também de satisfazer o gosto pelo doce — avaliou, deixando claro que sua pesquisa não tem a pretensão de apontar dados definitivos.

Ainda segundo o pesquisador, embora se tenha conhecimento de que a origem do doce seja portuguesa, é praticamente impossível que a receita tenha se mantido a mesma.

— A receita de chuvisco mais antiga a que tive acesso foi de uma Sinhá de Campinas-SP, a Custódia Leopoldina, de 1863 a 1873. Por isso afirmo que, apesar de sua origem, ele é um “doce brasileiro no modo de se fazer” — disse.