O prefeito Rafael Diniz abriu, na manhã desta terça-feira (16), o 1º Encontro de Secretários de Agricultura do Norte Fluminense, realizado nas antigas instalações do Centro de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Guarus, que serão recuperadas para reativação do espaço. O evento, organizado pelo Conselho Municipal de Secretários Municipais de Agricultura da região, presidido pelo superintendente de Agricultura de Campos, Nildo Cardoso, debateu a implantação do Polo Agroalimentar do Norte Fluminense, que funcionará no local, após obras no local. Mais de 150 pessoas, entre secretários de outras pastas e autoridades do setor agrícola participaram do evento.
— A recuperação da economia do nosso município passa, necessariamente, pelo fortalecimento da agricultura. O Polo Agroalimentar será um marco nessa retomada do investimento no setor. E a união dos municípios é importante nesse processo. O crescimento de Campos representará também o crescimento dos municípios vizinhos. Vamos investir nas alternativas para a era pós royalties. Sofremos os reflexos de políticas equivocadas, mas é hora de olhar pra frente. Este ano, ainda difícil, já será melhor que 2017 — afirmou Rafael Diniz.
Formando a mesa, além de Rafael Diniz e Nildo Cardoso, estavam o secretário de Agricultura de São Francisco de Itabapoana, Cláudio Luís Henrique; a prefeita de Carapebus, Cristiane Cordeiro; o ex-gerente do Ceasa de Ponto de Pergunta, em Itaocara, Ronaldo Soares; o superintendente da Emater-Rio em Campos, Luís Carlos Guimarães, o vereador Fred Machado, que representou a Câmara de Campos e o secretário do Ministério da Agricultura no estado, José Essiomar Gomes. Participaram também os secretários de Agricultura de Conceição de Macabu, Marlon Abreu, e de Cardoso Moreira, Flávio Ferreira.
Nildo Cardoso lamentou a postura de governantes anteriores, que relegaram a Agricultura a um plano inferior. Lembrou que o município pagou em 2011, R$ 15 milhões pelos 240 mil m² do espaço e deixou tudo abandonado. E comparou: “O Polo Agroalimentar de Vitória, no Espírito Santo, tem um espaço bem menor e movimenta R$ 1 bilhão por ano, gerando 5 mil empregos diretos. E nós com esse espaço abandonado por longos anos. Vamos dar uma virada na agricultura da nossa região”, afirmou Nildo, que aguarda para este ano liberação de R$ 5 milhões de emenda de bancada da Câmara dos Deputados para recuperação das estruturas dos galpões.
Fred Machado destacou o aumento de verba de Orçamento Municipal para a agricultura, multiplicada por quatro para 2018. Luís Carlos Guimarães falou da importância da Emater-Rio, sempre aberta para suporte técnico e parcerias. Cláudio Henrique falou da perda de divisas em São Francisco, devido à nota de produtos do município ser emitida em outro estado. Ronaldo Soares destacou a importância dos centros de abastecimentos para fomentar o desenvolvimento de uma determinada região. E José Essiomar ressaltou a importância de gestões políticas por verbas, ao mesmo tempo que lamentou a postura de governos anteriores em relação à Agricultura.
— O que fizeram aqui foi um crime, deixando toda essa estrutura chegar a esse estado de abandono. Nosso estado precisa organizar sua agricultura, principalmente com a arrecadação de impostos. Nós produzimos e as notas são emitidas em outros estados. Mas vocês estão no caminho certo, buscando recursos para o setor. Este ano, o estado conseguirá R$ 48 milhões em emendas para a agricultura. Isso é inédito no estado — afirmou Essiomar.
O produtor rural Edmar Henriques, de SFI, disse estar otimista com o anúncio da reativação do espaço, onde ele realizava bons negócios na década de 1980. “Eu vinha de São Francisco com o caminhão cheio de melancia e abacaxi e voltava com a carroceria vazia. Quando o Ceasa fechou, ficou tudo mais difícil. Tive que procurar mercado mais longe. Tenho fé de que tudo voltará a ser como antes”, afirmou.
Pelo projeto, o Polo Agroalimentar vai concentrar a comercialização e distribuição de gêneros alimentícios diversos em um raio de 200 quilômetros, chegando a municípios da Região dos Lagos, Região Serrana e partes dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, gerando emprego e renda para todos os municípios envolvidos.