O cartaz na bilheteria informava “Ingressos esgotados”. O maior teatro do interior do estado do Rio de Janeiro ficou pequeno para a apresentação de “As Pessoas na Sala de Jantar” na comemoração dos 20 anos do Teatro Municipal Trianon. A peça, prata da terra, dirigida por Fernando Rossi e escrita por Eugênio Soares não só lotou plateia e balcão, mas também fez rir e chorar boa parte do público.
Durante cinco dias, cerca de 3 mil pessoas lotaram o Trianon na programação de aniversário de teatro. Foram quatro dias com produções locais e entrada franca. Na sexta-feira (27), Orquestra Mariuccia Iacovino; dia 28, Cavaleiro da Rosa dos Ventos; dia 29, Leminskiando em Cena e Viva: Uma Ode ao Teatro Nacional do Curso Livre de Teatro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e no dia 30, Dogmas, espetáculo de dança.
— O ano de 2018 é muito importante para a cultura de Campos. Em abril, tivemos os 50 anos do Teatro de Bolso Procópio Ferreira e agora os 20 anos do Teatro Municipal Trianon. O mais importante de tudo é que essas duas grandes festas foram proporcionadas por artistas de Campos. Pratas da casa. E é isso o que a nossa gestão busca, valorizar o artista da terra e especial nesses dois templos da cultura campista. E vamos continuar trabalhando desta forma — disse o prefeito Rafael Diniz que juntamente com a vice-prefeita, Conceição SantAnna foi ao Trianon.
Com produção do grupo de teatro 3º sinal, o texto de “As Pessoas na Sala de Jantar” retratou questões do início da década de 1970, mas que continuam atuais. Entre os diálogos, estavam: família, política, censura, repressão sexual e feminismo. A presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima, ressaltou a alegria de ver o Trianon, com seus 800 lugares ocupados para assistir a uma peça produzida por campistas.
— Ficamos felizes em dizer que 95% da programação de comemoração dos 20 anos do Trianon foi com valores locais. Este teatro veio resgatar o desejo do povo campista de priorizar a arte e a cultura na cidade e, há 20 anos, ele cumpre sua missão. Agradecemos a todos os atores, atrizes, diretores. Agradecemos ao público, que nos guia e mostra que estamos no caminho certo. Fechamos esta programação com alma renovada e com muita alegria — disse Cristina.
Na história, estava uma família dividida ideologicamente. A personagem Anete cuida da tia idosa e recebe a visita das irmãs, Rosa e Maria, para um jantar no qual pretende contar uma novidade que afetará a vida de todas. No elenco, a atriz Eliana Carneiro emocionou a todos com sua interpretação de Tia Senhora. Vivendo as três irmãs, Rosângela Queiroz, Luciana Rossi e Liana Velasco conquistaram o público com interpretações regadas a muito humor. Os atores Sérgio Risso e Laíza Dias também garantiram momentos icônicos à peça. O diretor comentou a alegria de levar o espetáculo ao aniversário do Trianon.
— Esse texto foi um presente para nós. Este trabalho foi pensado para ser um diferencial, primando pela qualidade da dramaturgia e atores locais. Estivemos em cartaz no ano passado no Teatro de Bolso Procópio Ferreira e retornamos neste ano. Agora, tivemos o prazer e a honra de receber o convite da presidente do Trianon para nos apresentarmos, justamente, na data em que se comemora o aniversário do Trianon — disse Fernando Rossi.
História — No dia 31 de julho de 1998, o novo Teatro Municipal Trianon abriu suas portas ao público campista. Desde a demolição da primeira construção em 1975, era anseio dos campistas um novo ícone para ocupar a lacuna deixada. Referência para o Norte Fluminense, o Trianon chegou aos seus 20 anos com uma programação que consagrou a arte campista. Foram cinco dias de eventos diretamente ligados à comemoração, dos quais quatro tiveram entrada franca.