Nesta segunda-feira (20), o Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam) apresentou suas linhas de trabalho em audiência pública na Câmara Municipal de Vereadores e debateu a inadimplência acumulada nas últimas gestões, que supera o valor de R$ 400 milhões. Em parceria com a Procuradoria Geral do Município, este prejuízo vem sendo amenizado através de renegociações e penhoras.
O superintendente do Fundecam, Rodrigo Lira, apresentou dados sobre o Fundecam Estruturante, que realizou 91 contratos, desde sua criação em 2002. Destes contratos, 49,4% são inadimplentes. Dos pagos, 80,9% foram empréstimos inferiores a R$ 1 milhão e 85,7% foram destinados a empresas que já existiam no município.
— Nosso grande desafio é resgatar estes valores que haviam sido dados como perdidos. Renegociamos sete contratos e estamos atuando judicialmente. Imóveis que estavam alienados aos contratos estão sendo penhorados para leilão. Desde o último ano, reformulamos o Fundecam para dar prioridade aos empreendedores da cidade e atuamos em diversas frentes. Temos o “Viva Ciência” e o “Crédito Certo” — relatou Lira.
A linha de Microcrédito, que ganhou o nome “Crédito Certo” atua através do “Agricultura Familiar”, “Inovação”, “Economia solidária” e “Empreendedorismo”. Dar prioridade ao campista faz parte do novo olhar do Fundecam, validado pelos dados de inadimplência das grandes empresas que pegaram empréstimos em Campos na última década. O procurador geral do município, José Paes Neto, ressalta que reaver o dinheiro devido aos cofres públicos é tratado como prioridade.
— Implementamos em 2017 uma força-tarefa no que diz respeito à cobrança das dívidas do Fundecam. Quando assumimos, não havia uma equipe focada em cobrança de débitos do Fundecam, que são os maiores débitos que existem para com o município de Campos, débitos milionários. Criamos dentro do gabinete da Procuradoria Geral uma equipe específica para este assunto, o que vem otimizando os trabalhos — explicou José Paes Neto.