Cine curta retrata famílias de vítimas da violência

Na tarde desta quinta-feira (22), foi exibido na 10ª Bienal de Campos, o Cine Curta: “Nossos Mortos têm Voz” que retrata através de relatos de seis mães e familiares de vítimas da violência na Baixada Fluminense. O documentário, lançado em agosto último, foi exibido no auditório Miguel Ramalho, no IFF-Centro. Confira a programação completa da Bienal neste link (AQUI).  

— Este documentário foi pensado com instituições de defesa dos direitos humanos para que seja uma ferramenta de debate para fortalecer a atuação das mães e familiares das vitimas dessa violência. O curta documentário vem sendo exibido em debates públicos em universidades, escolas, praças públicas, dentre outros. Tratamos sobre a chacina da Baixada que vitimou 29 pessoas em 2005, indo para outros casos de vítimas que foram assassinadas por milicianos e por policiais — disse o diretor e um dos roteiristas, Fernando Sousa.

Para a professora e socióloga Ana Carla de Oliveira Pinheiro, 38 anos, é indiscutível a pertinência e a necessidade deste tema em um evento como a 10ª Bienal de Campos.

— Logo quando a vi a programação esse documentário foi uma das coisas que entrou no meu roteiro para participar, pois mexe muito comigo devido ao tema, mas especialmente por eu ser professora e trabalhar em área de periferia. É necessário trazer esse debate para a área publica. Diante desse o cenário que vivemos tanto sociopolítico nacional ou estadual é preocupante, com esse aumento da violência e o recrudescimento da força sem as mediações sociais, sem o respeito aos espaços faz com que a população seja mais afetada pela violência — destacou Ana Carla.

A programação da Bienal foi elaborada por uma comissão da FCJOL e pelo Sesc. A realização da feira literária novamente no IFF, como em sua primeira edição, traz uma economia de R$ 1,3 milhão em estrutura para a Prefeitura de Campos. A Bienal tem patrocínio da concessionária Águas do Paraíba e Realiza Construtora e conta também com o apoio do Boulevard Shopping e Instituto Federal Fluminense (IFF). O patrono é Nilo Peçanha, que foi presidente do Brasil em 1909 e 1910. 

Além das atrações nacionalmente conhecidas, a 10ª Bienal do Livro de Campos segue valorizando os artistas e autores de Campos e região. Desde o seu início, o governo do prefeito Rafael Diniz traz realizações para o setor, como a reabertura do Teatro de Bolso, que mantém uma vasta programação de espetáculos para a população.