A Fundação Municipal de Esportes (FME) está com inscrições abertas para 11 modalidades esportivas voltadas para pessoas com deficiência, dentro do projeto pioneiro Paraesporte, que em abril deste ano vai completar dois anos. Os familiares e responsáveis devem procurar a sede da FME, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, para fazer a matrícula do aluno. São oferecidas vagas para iniciação desportiva, dança, atletismo, ginástica, bocha, futsal, futsal down, futebol de 5, equoterapia, basquete e vôlei. E o projeto este ano ainda terá capoeira e tênis de mesa. Atualmente, quase 900 pessoas integram o projeto.
— O Projeto Paraesporte não trabalha só a parte esportiva das pessoas com deficiência, mas a inclusão social, autonomia e o desenvolvimento dos alunos. Ao longo desses quase 2 anos, podemos acompanhar o desenvolvimento de cada aluno e as conquistas por meio do esporte — destacou o coordenador do Paraesporte, Fabio Coboski.
Uma dessas conquistas será o embarque de um grupo de 14 atletas do vôlei de praia e do futebol que vão integrar a delegação da seleção brasileira para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde vão participar dos Jogos Mundiais das Olimpíadas Especiais, as Special Olympics World Games, a partir do dia 7 de março, quando terão a oportunidade de interagir com atletas de 170 países e cerca de 7 mil pessoas. “Para eles será uma grande conquista, primeiro viajar de avião e segundo ficar 20 dias longe da família, rompendo os limites de cada um”, comentou Fábio.
O sucesso do projeto pioneiro foi testemunhado pela dona de casa Francielle Batista, mãe do pequeno Dimitri, 6 anos, que há oito meses faz parte do projeto. A mãe comemora a melhora e evolução do filho, que já passou por 11 cirurgias, 19 vezes teve pneumonia e já ficou cinco meses na UTI quando nasceu.
— Desde que ele começou a fazer as aulas de natação, não sabemos mais o que é pneumonia. Sem contar a redução da quantidade de antibiótico que ele tomava. A natação salvou a vida dele. Dimitri tem a Síndrome de Artrogripose, é uma doença grave caracterizada por deformidades e rigidez nas articulações, que impedem o bebê de se movimentar gerando intensa fraqueza muscular — explica Francielle.
A avó Rosangela Batista de Souza também acompanha de perto, e feliz, a evolução de Dimitri.
— Além do desenvolvimento do meu neto, quero agradecer o carinho e atenção de toda a equipe de profissionais que cuida do Dimitri. Ele pede para vir para a aula. Apesar dos problemas que ele enfrenta, é uma criança alegre e com um senso de humor fantástico. Nós conhecemos o Projeto no ano passado e recomendo a todas as famílias que têm filhos com algum tipo de deficiência. A vida do Dimitri se transformou e a nossa também depois que viemos para o Paraesporte — destacou emocionada.
O presidente da Fundação Municipal de Esportes, Raphael Thuin, destaca que a equipe de pessoas que trabalha no projeto também se sente realizada com a evolução dos alunos.
— É muito bom ver o resultado que o esporte vem fazendo na vida destas quase 900 famílias que durante décadas viveram à margem da sociedade e, hoje, têm um espaço voltado para o trabalho de inclusão, com uma equipe comprometida e dedicada. E o resultado podemos destacar ao longo desses quase dois anos. Esse foi um desafio do prefeito Rafael Diniz, que concretizamos com louvor e vamos continuar trabalhando para ampliar esse serviço — frisou Thuin.
Sede — A sede da FME fica na rua dos Goitacazes, 499, no Centro.