Para minimizar os impactos de uma possível sobrecarga emocional dos seus servidores durante o enfrentamento à Covid-19, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social criou o Projeto Cuidado Psicológico aos Servidores em Tempos de Pandemia. A medida é necessária em razão desses profissionais também estarem atuando na linha de frente do combate ao Coronavírus, lidando com situações extremas durante os atendimentos às famílias em vulnerabilidades sociais. O mesmo projeto vem sendo realizado há cerca de um mês pela Secretaria de Saúde em parceria com a de Gestão, e é um suporte a mais ao servidor público municipal, já que a prefeitura entende que a saúde psicológica também é essencial para a superação da crise atual, que assola o mundo.
- Nossa proposta é cuidar de quem cuida. O objetivo é fornecer suporte emocional, orientações e primeiros cuidados psicológicos ao servidor da nossa Secretaria que estiver com suspeita ou confirmação de COVID 19, inclusive. O programa oferece um novo espaço de escuta neste tempo, por meio de um número de telefone, para o qual o nosso servidor pode ligar ou enviar mensagem de whatsapp, e solicitar ajuda. Basta solicitar o número no Departamento de Recursos Humanos - informou a secretária da pasta, Pryscila Marins.
A psicóloga e técnica da Gestão do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), Deborah Carvalho, é responsável pelo projeto. Ela é cadastrada no Conselho Federal de Psicologia para Prestação de Serviços Psicológicos por meio de tecnologias da Informação e da Comunicação e falou sobre métodos, objetivo e justificativa da ação.
- Durante uma pandemia é comum que estejamos frequentemente em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle frente às incertezas do momento. Estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma pandemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado específico para as reações e sintomas manifestados. Os fatores que influenciam o impacto psicossocial estão relacionados a magnitude da epidemia e o grau de vulnerabilidade em que a pessoa se encontra no momento- explicou a especialista.
Entretanto, segundo Deborah, nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças. A maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal. "Mas é importante acompanhar. As reações mais frequentes são medo de adoecer e morrer; de perder as pessoas que amamos; de perder os meios de subsistência ou não poder trabalhar e perder o emprego; além de impotência perante os acontecimentos, irritabilidade, angústia e tristeza", comentou.
Ela acrescentou que a metodologia do projeto segue o Código de Ética Profissional do Psicólogo e Resoluções do Conselho Federal de Psicologia.
- A Gestão do Trabalho receberá do RH da Secretaria informações como nome, função, equipamento no qual o servidor está lotado e telefone dos servidores com suspeita ou confirmação de COVID-19. A psicóloga entrará em contato com este servidor para oferecer suporte emocional, orientações e os Primeiros Cuidados Psicológicos. Encaminhará, caso necessário, o servidor para atendimento psicológico online oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde. Entrará em contato com o coordenador do equipamento onde este servidor está lotado para avaliar a necessidade de Primeiros Cuidados Psicológicos com
demais servidores, visto que uma confirmação de COVID-19 em membro da equipe pode gerar medo, preocupação e pânico. O servidor será monitorado para que receba apoio da Secretaria até que possa retornar ao trabalho - destacou.