Nos últimos 10 dias foram registrados cinco acidentes de maior gravidade, tendo com vítimas crianças e adolescentes com idades entre 2 e 14 anos. Essa incidência maior vem gerando grande preocupação por parte da direção do Hospital Ferreira Machado (HFM), que espera sensibilizar pais e responsáveis sobre a necessidade de seguir tomando todos os cuidados no trânsito.
Para o superintendente do HFM, Arhtur Borges Martins de Souza, que também atua como neurocirurgião na unidade hospitalar, a prática de cuidados básicos pode reduzir a gravidade dos casos. “O uso do cinto de segurança, cadeirinha ou booster (assento de elevação), de acordo com a idade do passageiro, é fundamental para reduzir os traumas causados em um acidente de trânsito. No caso dos bebês, estudos internacionais apontam que o uso da cadeirinha reduz em até 71% o risco de morte numa colisão ou capotamento”, afirmou.
Ainda segundo Arthur, “apesar de por vezes parecer desconfortável, o uso correto dos aparatos de segurança com regulagens de acordo com altura e idade das crianças, oferece real proteção com diminuição significativa nas lesões traumáticas e no óbito destas crianças. Segundo estudos da World Health Organization (WHO), em menores de 0-4 anos, o uso de cadeiras com cintos de modo correto, reduziu a necessidade de internação em 69% e a mortalidade em 70%", pontuou.
SEGURANÇA NO TRANSPORTE - De acordo com a legislação brasileira, bebê com até 1 ano de idade deve ser transportado no chamado bebê-conforto, sempre no banco de trás, na posição de costas para dianteira do carro. Crianças com idade entre 1 e 4 anos devem ser transportadas em cadeirinhas, voltadas para a frente, na posição vertical, no banco de trás. De 4 a 7 anos e meio, as crianças devem ser transportadas em assentos de elevação. Entretanto, para oferecer mais segurança, recomenda-se que a criança use esse dispositivo até os 10 anos (ou até atingir 1,45 m de altura), conforme a nova lei que entrará em vigor, a partir de março.
Pesquisas realizadas por especialistas em segurança de tráfego destacam que motoristas e passageiros que sofrem acidentes de trânsito e utilizam o cinto de segurança reduzem entre 50% e 80% os riscos de lesões graves e, até mesmo, aumentam as chances de sobreviver em casos gravíssimos.
INFRAÇÕES - Somente no mês de janeiro foram aplicadas 1.171 multas por o condutor do veículo deixar de usar o cinto de segurança; 48 multas por transporte de crianças sem observância das normas de segurança estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro; 18 multas por o motorista deixar passageiro sem o cinto de segurança. De acordo com a Guarda Civil Municipal, a fiscalização quanto ao uso de equipamentos de segurança no trânsito é constante. "O cinto de segurança, de acordo com o CTB, é um equipamento de uso obrigatório para todos os ocupantes do veiculo e a Guarda Municipal tem intensificado às fiscalizações no município. Por outro lado é necessário compreender este equipamento como um dispositivo de preservação da vida e, nesse sentido, é fundamental que o motorista compreenda a sua importância e adote esse hábito saudável. Vale salientar que o Departamento de Trânsito da GCM desenvolve campanhas de conscientização ao longo do ano", disse Paulo Victor Coelho, diretor de Trânsito da GCM.