O Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 se reuniu nesta sexta-feira (23), quando foram apresentados indicadores que confirmaram o efeito positivo das medidas restritivas do avanço da vacinação e da abertura de novos leitos clínicos e UTI, mantendo Campos na fase vermelha, mas com novas flexibilizações, como a abertura de bares e restaurantes aos sábados e domingos, entre outras que serão regulamentadas em decreto a ser publicado hoje no Diário Oficial do Município, para vigorar a partir de segunda-feira (26).
Na reunião, o subsecretário Paulo Hirano conduziu o encontro que contou com a participação de equipes técnicas da prefeitura, dos promotores públicos Marcelo Lessa e Maristela Naurath, do defensor público Lúcio Campinho, de representantes do setor produtivo, vereadores e outros membros da sociedade civil. O subsecretário de Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica, Charbel Kury, detalhou os indicadores que posicionam Campos em quadro de recuo de muito risco para alto risco, mas mantendo a fase vermelha.
“Todo esforço que o prefeito Wladimir Garotinho tem feito, ouvindo a ciência e as equipes técnicas, lutando por novos leitos, adotando medidas restritivas quando necessárias, está gerando resultados, principalmente com a participação da sociedade civil, que deve continuar respeitando ítens como o distanciamento social, uso de máscara, álcool gel”, assinalou Hirano.
Citando o quadro de avaliação da Covid no Estado, Charbel observou que, em 26 de março, Campos estava em área de alto risco e em abril foi para área de muito risco. Na semana passada, Campos retornou à zona de alto risco, graças às medidas de restrição de contato, à vacinação acelerada e o aumento da sensibilidade da vigilância, “revisando todo os casos, procurando até aqueles não são visíveis”.
Charbel explicou que Campos implementou um critério mais severo do que o aplicado pelo Estado, o indicador de leito de espera, usado para os cálculos de risco, o que faz com que os parâmetros municipais sejam mais rigorosos. A combinação de número de casos, de óbitos, taxa de ocupação dos leitos e fila de espera, diz o epidemiologista, desenhou uma matriz de platô, com projeção de descida lenta nas próximas semanas, com forte presença da P1, com pacientes jovens e alta mortalidade, apontando para ações essenciais como o distanciamento social e a vacinação.
Em relação às variantes, Charbel cita que Campos irá realizar estudo genômico das cepas existentes apenas no município, em convênio com a UFRJ, mas apresentou dados mapeados entre os dias 24 e 28 de março de 2021 pelo Estado. O monitoramento relatou que os municípios do Norte Fluminense têm 94,44% de prevalência da variante P1. “Nesta cepa, as mutações existentes contribuem para o agravamento da infecção: a mutação E484k trabalha para fugir do sistema imune, com os anticorpos naturais não reagindo bem ao vírus, o que reforça a necessidade de vacinar quem já foi infectado, enquanto a mutação N501Y, que aumenta de 1,5 vez a 2,5 vezes a taxa de contágio do vírus e a transmissão”, disse Charbel.
O secretário de Saúde, Adelsir Barreto, destacou que apesar do novo cenário epidemiológico sinalizar para a flexibilização de medidas restritivas, a população deve seguir alerta ao cumprimento dos protocolos sanitários: “O vírus é uma arma e o descuido é quem aperta o gatilho, por isso, é importante estarmos conscientes e todos procurarem fazer cada um a sua parte”.
“Em Campos, com todas as medidas associadas, no momento em que houve a restrição de circulação maior das pessoas, com fechamento do comércio, foi uma necessidade imperativa, de reduzir a transmissão. O esforço é múltiplo, vem de todas as esferas para que possamos dar assistência adequada. Houve aumento significativo de número de leitos clínicos e de UTI, em esforço incrível, porque demanda medicamentos, profissionais, equipamentos. Todas medidas, todas decisões, são embasadas em dados corroborados pela ciência”, concluiu o subsecretário Paulo Hirano.