Ao abordar o tema Relacionamento Abusivo, em live realizada nesta segunda-feira (26) no Instagram, a subsecretária Municipal de Políticas para as Mulheres de Campos, Josiane Viana, e a psicóloga Marilyn Barros, abordaram questões que envolvem o dia-a-dia de muitas mulheres que, muitas vezes, não estão se dando conta de que estão vivendo um relacionamento tóxico dentro de casa. A proposta da live para marcar o Dia Laranja, realizado todo dia 25 de cada mês, foi um alerta às mulheres para evitar que novos casos de violência ocorram, já que, muitas vezes, no Relacionamento Abusivo, se manifesta de forma velada, fazendo com que a vítima demore para identificar.
No início da live, a subsecretária citou dois casos de feminicídio que ocorreram em Campos, recentemente e o aumento dos casos de violência doméstica durante a pandemia da Covid-19. Josiane falou, ainda, sobre os equipamentos de proteção à mulher que o município oferece e sobre a importância de receber, em breve, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), que vai oferecer apoio e atendimento multidisciplinar. Temas como políticas públicas e empoderamento feminino também surgiram durante a live.
A psicóloga ressaltou a necessidade de conscientizar as mulheres sobre os cuidados que elas devem ter e estar atentas aos primeiros sinais de abuso. “Adoto o compromisso de, realmente, tentar evitar novos casos. É um trabalho de formiguinha. Precisamos descontruir esses discursos machistas e de que a mulher é propriedade. Essa violência precisa acabar”, disse a psicóloga, ressaltando que soco na parede, um grito, uma falta de respeito são formas de relacionamento abusivo porque tudo que causa dor e constrangimento é violência.
As duas falaram sobre a luta e as conquistas das mulheres, ao longo do tempo e que, apesar disso, ainda há casos de violência contra as mulheres. Muitas mulheres ainda vivem em um ciclo de violência por dependência econômica, mas elas também ressaltaram a importância de oferecer políticas públicas e qualificação para que tenham autonomia financeira para gerir sua família.
- A gente ainda luta muito contra esse patriarcado, esse machismo enraizado. Vivemos na sociedade esse processo de desconstrução para agregar novos valores e culturas para que uma mulher possa apoiar a outra - , disse a psicóloga, lembrando que nada justifica a violência. Ela também respondeu a perguntas sobre perfil narcisístico, violência psicológica e investimentos em políticas públicas.
Este ano, Campos ganhou uma subsecretaria voltada para a defesa da mulher, mas já contava com uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), com a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar; Casa Benta Pereira, um abrigo institucional sigiloso para segurança de mulheres em risco e, em breve, vai contar com o Ceam. O Dia Laranja é mais uma ferramenta para combater a violência contra mulheres e meninas através da prevenção e conscientização e mobilização da sociedade.
- Trabalhamos para assegurar às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária -, disse a subsecretária Josiane Viana.