Incentivar a autonomia e o crescimento dos usuários de acolhimento institucionais é o objetivo das oficinas desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social. A Casa de Passagem oferece, semanalmente, o curso com emborrachado E.V.A e os assistidos produzem e vendem os materiais.
A usuária, Bruna Nathalie, 24 anos, confecciona cadernos, flores, canecas personalizadas, porta retrato e diversos tipos de acessórios, e usa a arte como forma de ocupar o tempo.
“Quando a gente não tem nada para fazer e está muito estressada, é muito bom fazer o artesanato. As pessoas que tiverem na rua e querem ser felizes, vêm pra cá. A gente vai aprendendo até se acostumar. Fico feliz em conseguir fazer e distrair a mente, além de poder vender”, disse Bruna.
Tendo como cidade de origem Vila Velha/ES, Alex Ferreira, 40 anos, considera o artesanato uma forma de conhecer novas técnicas para conseguir renda.
“Eu tive problema com minha família e aqui estão me ensinando uma profissão. Isso me distrai e me faz esquecer do passado. Vou tentando e aprendendo. Se não fosse isso, eu estaria na rua”, disse.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, as oficinas serão ampliadas para todos os acolhimentos com o objetivo de elevar a autoestima dos usuários e a independência.
“Iniciamos pela Casa de Passagem, esperamos alcançar uma nova perspectiva na vida desses cidadãos, a reinserção no mercado de trabalho e, sobretudo, oportunizar o resgate da cidadania e autoestima daquele indivíduo, respeitando as habilidades de cada um. Quero parabenizar a equipe da casa de passagem, pois este projeto só e possível pela força de vontade de todos nossos colaboradores”, disse Rodrigo Carvalho.
Segundo a instrutora de artes, Valéria Albuquerque, durante as oficinas os usuários exercem sua melhor habilidade. “Eles vão se descobrindo cada vez mais. A gente vai explorando o que cada um faça de melhor. Não tirando o incentivo para quem não sabe fazer. Com muita paciência, vamos auxiliando na autonomia deles”.
Durante as aulas são abordados temas como cidadania e relacionamento social. “Sonhos construídos são mais fáceis de serem realizados. É muito importante para tirar a ociosidade e elevar a autoestima deles. Estamos buscando parceiros para revender os produtos que são completamente revertidos para os mesmos”, esclarece a coordenadora da casa, Roseclea Pessanha.
A Casa de Passagem é uma unidade para acolhimento e proteção de indivíduos afastados do núcleo familiar, bem como para famílias que se encontram em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos. Caracteriza-se pela oferta de acolhimento imediato e emergencial, com um limite de permanência máxima de 90 dias.
AMPLIAÇÃO DE OFERTAS - Através do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop), equipamento destinado a esse público, foram ofertados durante o ano de 2021, 1.761 entre atendimentos no equipamento e abordagens sociais no contexto das ruas. Isso expressa um aumento de 124% em relação ao mesmo período do ano anterior.