O Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 se reuniu nesta segunda-feira (09), quando apresentou dados da alta nas internações em leitos de UTI, com 75% destes ocupados com pacientes Covid-19, e o aumento do número de casos em mais de 97%, indicadores da presença crescente da variante Delta no município, que tem maior grau de transmissibilidade e de letalidade. Em face do cenário debatido, o Gabinete decidiu por medidas que vão ser detalhadas em Diário Oficial, tais com a entrada do município na Fase Amarela, com a abertura de comércios, academias e outros espaços públicos, condicionada à exigência de pelo menos uma dose da vacinação para os que trabalham neste locais, e a suspensão da abertura de escolas de nível médio e superior, por período de 21 dias.
A reunião do Gabinete foi feita de forma eletrônica, com o Secretário de Saúde, Adelsir Barreto; Subsecretário de Saúde, Paulo Hirano; Subprocurador Geral, Gabriel Rangel; Procurador, Leonam Rodrigues; Subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção de Saúde, Charbel Kury; e a Coordenadora da Vigilância Sanitária, Vera Cardoso de Melo, com a participação de representantes do setor produtivo, vereadores, autoridades públicas e outros membros da sociedade civil.
Charbel destacou o papel do Gabinete de Crise, implementado pelo prefeito Wladimir Garotinho, em janeiro, com a participação da sociedade civil, como agentes do combate à Covid-19, buscando medidas para restringir a circulação do vírus e salvar vidas, hoje em sua 18ª reunião. “Campos foi o primeiro município a atingir a Fase Amarela no estado, em abril, pelas decisões como vacinação em massa e restrições”, defendeu Charbel.
Charbel defendeu que não sejam feitas restrições, mas a inversão da cobrança de responsabilidade, para evitar a suspensão de atividades. “A gente não quer fechar nada, mas inverter a cobrança de responsabilidade. Hoje vamos trabalhar uma ideia colaborativa, com o município fazendo sua parte e o setor produtivo também”.
MEDIDAS - O município vai exigir que todo estabelecimento tenha seus colaboradores com cartão de vacinação da primeira dose em dia, com liberação de um dia para que eles possam se vacinar no cronograma de sua data de aniversário. Será cobrado nos estabelecimentos com potencial de geração de aerossóis, como bares, restaurantes e academias, que os trabalhadores apresentem cartão de vacinação com no mínimo a primeira dose. Os estabelecimentos que não respeitarem as regras do Decreto, sobre a exigência do cartão de vacinação, estarão sujeitos a sanções como multas, explicou a coordenadora de Vigilância Sanitária, Vera Cardoso. Será dado prazo de 72 horas para adequação após a publicação do Decreto.
Charbel assinala que um indicador da presença de variantes novas é a elevação de ocupação de leitos de UTI, “porque a variante impacta de forma positiva as pessoas não suscetíveis”. E complementa: “A gente viu isso em janeiro, em março e estamos vendo novamente isso. É possível que seja a variante Delta, quando vemos aumento dos casos de UTI, em 75%, e de leitos clínicos, em 50%, o que caracteriza o surto”.
O epidemiologista Charbel Kury disse que o princípio que o município defende é o da segurança sanitária e que a exigência para que os estabelecimentos solicitem o comprovante de vacinação de, pelo menos, a primeira dose, “assegura a regularidade da atividade econômica com a proteção de vidas”. Ele cita que a cobertura da imunização de Campos permite adotar o modelo, na medida em que “Campos registra 72% da população adulta vacinada com a primeira dose, acima da média nacional, e 53% se for considerada a população total, bem superior à média nacional. Enquanto Campos está em 24 25 anos e Macaé está em 33 anos”.
O Secretário de Saúde, Adelsir Barreto, ponderou que é preciso ter responsabilidade, no dia a dia, ‘que depende da disciplina de cada um, para não extrapolar a liberdade que está nas mãos de cada um”. O secretário observou ser necessária respeitar a indicação dos médicos de que todas as vacinas são necessárias, sem escolha de imunizantes.
O Subsecretário Paulo Hirano lembrou que qualquer vacina que estiver disponível tem que ser aplicada: “Não façam distinção de vacinas, porque prejudica a você, que ficam sem se imunizar, e a toda sociedade, porque amplia os riscos. O importante é vacina no braço. Por isso a exigência da vacinação. A responsabilidade é de toda a sociedade. E por isso é importante que o setor produtivo colabore, tornando-se obrigatório a vacinação do colaborador, que tiver em sua idade, para a primeira dose. A responsabilidade cada vez mais passa a ser coletiva, de todos nós”.