A Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com a Frente LGBTQIA+ do Norte Fluminense e as Mães Pela Diversidade de Campos, realizou a primeira capacitação e orientação sobre como atuar no atendimento específico ao público T da população LGBTQIA+. A ação foi para os técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social que atuarão nos atendimentos da grande ação com o tema: “T + AÇÂO”, para inserção do público Cadastro Único e demais serviços de proteção social.
De acordo com o subsecretário, Gilberto Coutinho, a capacitação nasceu da necessidade de criar um fluxo de atendimento específico para o público T, invisibilizado nas políticas sociais, e, também, como preparativo para o dia 01 de setembro, onde ocorrerá o "T+ Ação".
"A experiência foi extremamente exitosa pois, além dos técnicos envolvidos na capacitação, também contamos com os relatos de vivências de três mulheres pertencentes ao público T, duas que atuam como profissionais do sexo, e uma pedagoga e empresária, além de um menino pertencente ao público T estudante e ativista social na causa LGBTQIA+", explica Gilberto.
A capacitação também contou com a presença do secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, que evidenciou o compromisso da municipalidade no enfrentamento as violações de direitos dos grupos minorizados socialmente.
"É muito importante que estejamos cada vez mais preparados para atender as demandas deste público que já sofre diversas formas de violência, mas no que depender de nossa gestão, dentro das instituições não será tolerado nenhum tipo de atitude de desrespeito e segregação", completa Rodrigo.
Foram narrativas de extrema importância para que as profissionais da rede se sensibilizassem e entendessem alguns conceitos, bem como refletissem sobre a atuação com o público em questão no exercício da profissão no seu cotidiano.
"Pela importância da inclusão de todas as pessoas, hoje nós usamos a sigla LGBTQIA+. Essas mudanças só acontecem porque os movimentos sociais pressionam o poder público para a construção de políticas públicas para a defesa de nossas próprias vidas", disse o professor Rafael França.
Ryana, mulher trans, liderança do público T, relata que os atendimentos carregados de preconceito intimidam as travestis de acessar seus direitos, de chegar nos CRAS, nos hospitais e nos espaços públicos, em geral.
“As meninas que trabalham na prostituição vivem momentos de vergonha e medo de ser rejeitada. A falta de apoio familiar, faz com que elas sejam obrigadas a se sujeitarem a formas precárias de vida", concluiu.