Que o esporte muda e salva vidas todos sabem. As histórias dos atletas que se encontraram nas mais diversas modalidades esportivas, oferecidas nas Vilas Olímpicas do município, se confundem entre si e trazem em cada atleta uma história, onde o final é o mesmo: auto-estima, mudança de vida e novos sonhos. A reabertura da Vila Olímpica João de Souza, no Parque Esplanada, reascendeu a esperança nos frequentadores do local, como a professora Márcia Corrêa, que no jiu-jitsu, modalidade que praticava na Vila, encontrou a cura de uma depressão. Essa é a segunda Vila Olímpica a ser totalmente reformada e devolvida à população pelo prefeito Wladimir Garotinho. A primeira foi a Vila Olímpica Ederval Venâncio, em Travessão.
Histórias como a de Márcia ou de Lucas Virgílio, de 24 anos, e ainda da Yasmim Belmiro, 21 anos, faixa marrom no jiu-jitsu, que conquistou inúmeros títulos, inclusive fora do país e também iniciou em projeto social apoiado pela Prefeitura de Campos, que cedeu o espaço da Vila Olímpica do Parque Esplanada, para as aulas, e tiveram suas vidas transformadas, mostram a importância da sua manutenção. A professora Márcia Corrêa, 50 anos, conta que, na ocasião em que passou por um momento difícil, que a levou a sofrer com depressão, ficou sabendo das aulas do projeto Polvão Jiu-Jitsu, na Vila Olímpica e foi conhecer o local.
- Vim trazer meu filho para praticar esporte e fui encorajada a dar início às aulas. Por estar com depressão, fiquei receosa. Que bom que continuei, pois vi que um leque se abriu e minha auto-estima começou a melhorar. Nunca mais quis abandonar porque o esporte fez minha vida mudar por inteiro, tanto no físico, como no emocional. O que conheci isso aqui me proporcionou, expandiu minha mente, achava que estava velha para praticar um esporte como o jiu-jitsu, mas, no entanto, entendi que nunca é tarde para começar. Essa vila tem uma importância muito grande, pois é possível encontrar muitos atletas com competência para fazer o nome da cidade brilhar. Aqui se trabalha a saúde física e mental. Ver essa vila reabrindo completamente reformada é uma alegria muito grande. Tenho certeza que toda comunidade está muito feliz. Não víamos a hora disso acontecer e, graças a Prefeitura, estamos podendo ver essa realidade hoje. A vila não estava só fechada, estava abandonada sem os devidos cuidados, agora precisamos conscientizar a sociedade que devemos cuidar deste espaço, zelar pelo patrimônio do bairro e da cidade. Agradeço o que a prefeitura está fazendo, mostrando a população o quanto é importante o esporte - disse Márcia.
O auxiliar de manutenção, Lucas Virgílio da Penha, 24 anos, é outro exemplo do bem que os projetos esportivos que acontecem nas Vilas Olímpicas faz. Lucas iniciou no Jiu-Jitsu, aos 14 anos. Faixa Marrom, foi campeão mundial da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu e campeão Sul Americano e ainda campeão Estadual, além de ter conseguido outros pódios. “O esporte mudou minha vida, abriu vários caminhos. Hoje, consigo espelhar outras pessoas a seguir o caminho do esporte, a treinar e a ter disciplina, correr atrás dos objetivos. Estamos satisfeitos com a reabertura da Vila Olímpica, pois o fato de estar fechada devido a pandemia, a gente até entendia, mas ver essa abandonada doía. E agora, estar aqui com ela totalmente reformada, onde vai poder atender mais gente, de forma mais organizada e com mais conforto, é muito bom”, afirma o atleta.
No mesmo caminho, Yasmim Belmiro, 21 anos, faixa Marrom, coleciona títulos, entre eles, Campeã Europeia, Campeã London Open absoluto, Vice-campeã London internacional Open
Campeã Brasileira CBJJ, 2 vezes Campeã Brasileira NO-Gi CBJJ e Campeã Brasileira XCOMBAT, também treinava gratuitamente na Vila Olímpica do Esplanada, através de projeto social. “Conheci o jiu-jitsu através do meu irmão, tinha 13 anos a época, bem nova e tímida. Não gostava de educação física na escola, mas no jiu-jitsu me encontrei. O professor Polvão, é mais que um professor, é um pai, ele acolhe a todos. Hoje estou morando em Portugal, graças ao esporte já que por meio dele conheci pessoas e lugares. Conheci a disciplina, que me fez uma pessoa melhor. Mudou minha vida, relata.
Outro grande incentivo, é a história de Elizabeth Castilho, 54 anos, há cinco, praticando jiu-jitsu no projeto social apoiado pela Prefeitura de Campos. Faixa Azul, ela conta que sentiu triste quando viu o espaço fechado e abandonado. “Hoje, estou muito feliz e radiante com a reinauguração da Vila Olímpica. Era um privilégio estar aqui, eu com 54 anos, sou a mais velha da equipe e estar aqui no meio da turma jovem me fez um bem imenso. Sou inclusive, mais velha que o professor Polvão. Nunca tive nenhum problema, fui abraçada por todos. Agradeço ao Wladimir Garotinho, por apoiar o projeto, mantendo o espaço da Vila que a mãe dele construiu, à disposição. Eu passei aqui muitas vezes e chorei por ver a Vila acabada, entregue ao lixo, infelizmente o antigo prefeito não teve o mesmo cuidado que este está tendo, então só tenho a agradecer não só por mim, mas pelos jovens, além de ser ótimo para a saúde, também evita que muitos caiam na marginalidade, mostrando um novo caminho para suas vidas. Eu honro meu Quimono, estou muito feliz em ter a Vila Olímpica voltando a funcionar, pois pagar aula particular em uma academia, se torna muitas vezes inviável para muitos”.
Ansioso pela reabertura, também, estava Gabriel Sartiro de Carvalho, 11 anos, que fazia aulas de futebol e jiu-jtsu. “Quando fechou, fiquei muito triste, pois não tinha onde ir e não podia brincar na rua. Estou muito feliz. A quadra está linda, toda pintada. Agora que inaugurou, eu vou querer fazer futsal, natação e jiu-jtsu. A vila ficou muito bonita, está muito melhor. A pequena Maria Júlia Sartiro Carvalho, 7 anos, irmã do Gabriel, também esperava ansiosa a abertura da Vila Olímpica. “Quero fazer natação e também vir aqui patinar. Está tudo lindo”, disse a menina.
Inscrições - A Vila Olímpica João de Sousa, do Esplanada, vai atender a moradores de bairros próximos, como os parques Julião Nogueira, Nova Brasília, Corrientes, Pecuária, Leopoldina, Caju, entre outros. De acordo com o diretor de Esportes da Fundação Municipal de Esportes (FME), Leonardo Mantena, a unidade disponibiliza aulas de hidroginástica, natação, futsal, jiu-jitsu e capoeira, ginástica laboral, além das modalidades da Escolinha de Iniciação ao Desporto, com vôlei, handebol e basquete.
A população já pode se inscrever nas modalidades disponíveis, portando documentos de identidade, comprovante de residência e no caso de menores de idade, deve estar acompanhado do responsável, portando ainda, declaração escolar. Mantena esclarece que, para cada modalidade, haverá dois horários de aula pela manhã e dois pela tarde. São 20 vagas por horário. Lembrando ainda que, no horário da noite, a vila olímpica pode ser usada para eventos previamente agendados por associações e projetos sociais organizados. “Temos em mente que a Vila é um espaço para todos, portanto, os projetos sociais também vão ser bem vindos”, finaliza o diretor de esportes.