A subsecretária de Políticas para Mulheres, Josiane Viana, e a presidente da OAB Mulher – Campos-RJ e coordenadora da Diretoria de Mulheres da OAB-RJ, Kelly Viter, participaram, nesta quarta-feira (03), do debate “Violência contra a Mulher”, mediado pela atriz e diretora, Rosite Val. O debate aconteceu no canal “Mujeres de Arena RJ” no YouTube, logo após ao espetáculo "Mujeres de Arena - um grito contra os feminicídios”, do Raver Coletivo Teatral, também exibido de forma remota. O espetáculo foi contemplado no Edital Retomada Cultural da Secretaria de Estado e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj), através da Lei Aldir Blanc.
Durante o debate, a subsecretária falou sobre a rede de proteção à mulher no município formada por órgãos, como o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam); Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas); Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam); Patrulha Maria da Penha – PM; Casa Benta Pereira; abrigo sigiloso; Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim); entre outros órgãos. “É muito importante que um tema como a violência contra a mulher também esteja presente na arte porque as mensagens precisam chegar de diferentes formas e, sendo através da cultura, é um importante alerta para esse problema, que vem tirando a vida de tantas mulheres”.
Josiane também reforçou sobre o trabalho desenvolvido em Campos de enfrentamento à violência contra a mulher. “Temos hoje uma rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. Queremos que elas entendam que elas não estão sozinhas e que podem e merecem sair deste ciclo de violência”, disse a subsecretária, lembrando ainda que parcerias vêm sendo firmadas para ampliar o atendimento às mulheres.
A presidenta da OAB Mulher, Kelly Viter, falou sobre a importância do espetáculo para chamar a atenção para esse problema grave e que coloca o Brasil no ranking mundial dos países que mais matam. “A peça retrata a realidade de muitas mulheres e, certamente, quem assiste sai do espetáculo impressionada com as diversas formas que as mulheres são cruelmente violentadas e mortas, independente da idade, religião ou condição social e que ainda há muito a ser feito para combater essa epidemia que assola nosso país e o coloca no 5º lugar do ranking mundial dos países que mais matam mulheres. A violência contra a mulher é sistêmica e impregnada na história do Brasil, que até no ano de 1962 a mulher era tratada, legalmente, como propriedade do homem e muitos instrumentos legitimavam a violência contra as mulheres”.
Espetáculo - A programação do espetáculo "Mujeres de Arena - um grito contra os feminicídios”, do Raver Coletivo Teatral teve o apoio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL). “Mujeres de Arena - um grito contra os feminicídios" é uma adaptação da obra original “Mujeres de Arena”, do dramaturgo mexicano Humberto Robles, realizada pela artista Rosite Val e pela produtora Mirian Arce, fundadoras do Raver Coletivo Teatral.
O texto, escrito a partir de testemunhos de mulheres de Ciudad Juárez, Chihuahua/México e de casos reais brasileiros, é um grito de denúncia contra os feminicídios e os desaparecimentos de mulheres em números estrondosos, que ocorrem no nosso país, no México e em seis países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guyana, Suriname e Venezuela.