No Dia Internacional da Mulher, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) Mercedes Baptista reuniu, na manhã desta terça-feira (08), vários atores da rede de apoio à vítima de violência doméstica para um café da manhã. Representantes da Polícia Civil, OAB, secretarias e autarquias municipais estiveram presentes. Desde sua criação, em setembro do ano passado, 155 mulheres são acompanhadas pelo Centro. Cerca de 20% deste total receberam alta do atendimento individual psicológico.
A Subsecretária de Políticas para as Mulheres, Josiane Viana, diz que o Ceam tem uma rede de acolhimento interdisciplinar, com psicóloga, assistente social e advogada. “A maior parte da violência contra a mulher é a psicológica, onde tudo começa, tornando o gatilho para as demais violências. Os principais motivos para a mulher não sair do ciclo de violência é o medo do agressor e a dependência financeira, por isso sempre entramos em contato com a Subsecretaria de Trabalho e Renda para nos ajudar a dar esse suporte. A maioria chega aqui por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e, para ela sair deste ciclo, damos toda a assistência que necessita, realizando trabalhos específicos com cada mulher”.
A primeira-dama Tassiana Oliveira compareceu ao evento e falou da importância da rede de apoio. “Infelizmente, problemas tão antigos, ainda estão presentes nos dias atuais. Mas que possamos celebrar as vitórias, persistir nesse caminho para conquistarmos outras novas. O prefeito Wladimir sempre teve preocupação com a situação das mulheres, tanto que uma das primeiras secretarias que ele criou foi a de políticas para as mulheres, para que possamos participar mais efetivamente da sociedade com uma ferramenta de defesa e proteção. O Ceam é outro instrumento, pois atende mulheres que precisam desse suporte, para seguir em frente e dar um novo sentido e caminho para sua vida. Espero que essa realidade possa ser extinta futuramente, e que a política pública possa ser voltada para a expansão do espaço para a mulher e sua valorização”.
A delegada da DEAM, Ana Paula Carvalho, relatou a importância da união entre os órgãos. “O Ceam dá apoio jurídico e psicológico, e com essa ferramenta a mulher não fica apenas no âmbito criminal, a rede se expande. Às vezes, antes do registro de ocorrência, o Ceam encoraja, pois muitas vezes as mulheres têm medo. Muitas vezes o próprio Ceam nos encaminha as vítimas. Muitas mulheres têm medo e vergonha de dizer que sofrem violência, não acreditam na lei, outras não acreditam que a denúncia vai ter uma efetividade. Essa união da Deam com o Ceam e ainda com o poder público por meio de outras secretarias é imprescindível para dar a assistência que a mulher vítima de uma situação de violência precisa, até mesmo com ações voltadas para a abertura do mercado de trabalho. Não há empoderamento, sem independência financeira para essas mulheres”, ressalta a delegada.
Para M.S.T., vítima de violência doméstica, o Ceam teve papel importante para sua libertação. “Sofri por anos. Tinha medo e vergonha. Quando tomei coragem em denunciar, fui encaminhada para o Ceam. Hoje, depois de todo o processo psicológico e jurídico que recebi, me sinto livre e forte. Consegui encontrar um novo caminho”.
Josiane reforça a necessidade de dar um basta no ciclo de violência contra a mulher, desde à violência psicológica, para evitar que chegue à agressão física. Conforme levantamento realizado pelo Ceam, por etnia, 52% das mulheres vítimas de violência atendidas pelo Ceam em janeiro é branca; 40%, negra e 8%, parda.
REDE DE ENFRENTAMENTO - Interessados em informações sobre a rede de enfrentamento à mulher podem entrar em contato com a subsecretaria e o Ceam, através dos telefones (22) 98175-0160 (SMPM) e (22) 98175-0180.