Das 100 vagas abertas em novembro do ano passado pela Secretaria Municipal de Saúde, para atender às pessoas que aguardavam pela cirurgia bariátrica, 55 foram agendadas e realizadas através do Mutirão da Saúde nos últimos três meses.
Com a retomada das cirurgias eletivas nos hospitais da rede pública e nos contratualizados, a secretaria de Saúde, por meio da Diretoria de Auditoria, Controle e Avaliação (DACA), espera atender até o final de março, os demais pacientes que continuam na fila de espera, não só pela bariátrica, mas também pela cirurgia de vesícula, hérnia, catarata, entre outras. A portaria nº 04/2022, que revogou a suspensão dos procedimentos eletivos, foi publicada no Diário Oficial do município do dia 3 de março.
Inicialmente, segundo a diretora da DACA, Bruna Araújo, o mutirão iria terminar em março, mas, por determinação do prefeito Wladimir Garotinho, vai continuar ao longo dos meses, com a inclusão de novas especialidades. As cirurgias bariátricas do mutirão são realizadas por videolaparoscopia, um procedimento mais moderno e minimamente invasivo.
A cozinheira Dinamara Souza dos Santos, 57 anos, contou que emagreceu 12 quilos com a cirurgia de redução de estômago, realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Hospital Beneficência Portuguesa. “Não esperava operar tão rápido. Estive em janeiro no Núcleo de Controle e Avaliação para agendar a consulta médica e fazer os exames pré-operatórios e, em fevereiro, já estava no hospital para o procedimento. Foi tudo muito rápido”, disse ela, que pesava 111 quilos antes da cirurgia.
A instrutora de autoescola, Vanessa Freire, 29 anos, fez coro com a cozinheira. Aguardando pela cirurgia desde 2016, Vanessa disse que, se não fosse o mutirão, não teria saído da fila de espera. “Além da rapidez no atendimento e organização, a equipe do Núcleo de Controle e Avaliação e a do hospital, me trataram com muito carinho. A Prefeitura está de parabéns pela iniciativa do mutirão”, afirmou Vanessa, que fez a cirurgia no dia 4 de janeiro deste ano, também na Beneficência Portuguesa. Ela pesava 139 quilos antes da bariátrica e já perdeu 19. (Foto: Arquivo Pessoal)
O médico cirurgião Rodrigo Rios explicou que a obesidade é uma doença inflamatória crônica, progressiva e incurável. “Ela aumenta de forma significativa o risco de morte e de doenças como infarto, diabetes, hipertensão, esteatose hepática, câncer, entre outras”, disse o médico, que realizou, em dezembro do ano passado, as duas primeiras cirurgias bariátricas através do mutirão, no Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA).
Na ocasião, o prefeito Wladimir Garotinho e a primeira-dama, Tassiana Oliveira, além do subsecretário municipal de Saúde, Marcos Gonçalves, estiveram no hospital para desejar boa sorte às pacientes.
“Além de controlar a obesidade, a bariátrica elimina as comorbidades, reduzindo a chance de doenças associadas e aumentando a qualidade e expectativa de vida”, afirmou Rodrigo Rios, ressaltando que a cirurgia é indicada para pessoas que sofrem com obesidade há pelo menos 5 anos, as que realizaram tratamento clínico sem sucesso por 3 anos e as que têm Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40 ou IMC maior que 30 com comorbidades.
A cirurgia é recomendada para maiores de 18 anos ou após 16 com consentimento dos pais e liberação de equipe interdisciplinar, segundo o médico.