O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi celebrado neste sábado (02), em Campos, com uma programação variada no Jardim São Benedito. Atividades lúdicas, música e muita brincadeira levaram diversão às crianças e seus familiares, fortalecendo a luta pelo respeito e inclusão social dos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de outras necessidades especiais.
O mês de abril foi instituído como o Mês da Conscientização do TEA, no município de Campos, a partir da sanção pela Prefeitura da lei municipal Benjamin Elias, de autoria do presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Minorias, vereador Leon Gomes. A lei recebeu esse nome em homenagem ao filho de Leon, que é portador de TEA.
O prefeito Wladimir Garotinho, acompanhado da primeira-dama, Tassiana Oliveira, e dos filhos, Gabriella Oliveira e Anthony Garotinho Neto, prestigiou o evento, denominado "Abril Azul". Segundo o prefeito, a ação deste sábado foi simbólica, embora a luta pela causa seja conjunta do governo e das instituições que acolhem portadores de necessidades especiais.
"Temos buscado apoiar as instituições com aportes financeiros para aumentar a capacidade de atendimento. Uma das ações mais recentes do nosso governo foi a cessão de um terreno ao lado da Apape para ampliação dos serviços, cujo projeto de lei já foi aprovado pela Câmara de Vereadores", afirmou Wladimir.
O vereador Leon ressaltou que a lei Benjamin Elias tem por objetivo criar uma rede de apoio às famílias e garantir que seus direitos sejam respeitados. "Não somos uma causa invisível", afirmou ele.
Há 7 anos, a Associação de Pais de Pessoas Especiais (Apape) se tornou Centro de Referência do Autismo no município, atendendo atualmente 221 portadores de TEA, segundo a presidente Naiara Peçanha.
Também prestigiaram o evento representantes da Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (Apoe), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Educandário Para Cegos São José Operário, entre outras instituições.
A auxiliar de serviços gerais, Graziela Oliveira, 33 anos, achou o evento grandioso. Um dos seus três filhos, que tem 14 anos, é deficiente auditivo e há 3 anos recebe acompanhamento da Apoe. "Aqui não há diferença. Sinto como se o mundo pertencesse só a eles. Muitas vezes, nós, que nos achamos normais, temos mais limitações que eles", afirmou ela.
Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenação de Serviço Social, fez o cadastro de pessoas que ainda não possuem a Carteira Municipal de Identificação do Autista (CMIA).
A dona de casa Helessiaine de Souza Oliveira, 44 anos, mãe da pequena Luísa, de 8 anos, portadora de TEA, foi uma das mães cadastradas. Como ela não estava com toda a documentação necessária para solicitar a CMIA, a dona de casa foi orientada a comparecer à secretaria de Saúde, na sala da Coordenação de Serviço Social, das 8h às 16h, ou agendar o atendimento por meio do número (22) 98179-4544, de segunda a sexta-feira.
Helessiaine foi só elogios ao evento. Ela contou que descobriu que a filha era portadora de TEA quando a menina tinha 1 ano e 8 meses. "Ouvi dos médicos que minha filha não iria andar e nem falar. Tudo a irritava. Hoje, ela fala, anda e interage com outras crianças. Veio só somar em minha vida. Aprendi a amar e a respeitar o que é diferente", disse.