Após mobilização da Subsecretaria de Políticas para Mulheres e do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam Mercedes Baptista), está em Campos para uma exposição, que será aberta no dia 30 de agosto, parte do acervo de Mercedes Baptista, a campista que entrou para a história do país como a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio, em 1948, além de ser responsável pela criação do balé afro-brasileiro.
Se fosse viva, Mercedes teria completado 101 anos no dia 28 de março, dia em que também se comemora a elevação de Campos à categoria de cidade. No dia da exposição, será realizada uma cerimônia para assinatura do termo de doação do acervo. A subsecretária Josiane Viana e a gerente de Políticas Públicas para as Mulheres, Patrícia Cabral, localizaram os tutores do acervo, os amigos Ruth Souza Santos e Jailton Mangabeira, ano passado, no Rio, onde estiveram no ano passado. Na última terça-feira (14), o material para a exposição chegou a Campos. No momento, o acervo está sendo catalogado pela equipe do museu.
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A busca por familiares e amigos de Mercedes Baptista começou atendendo a um pedido do prefeito Wladimir Garotinho, que queria fazer a justa homenagem a pessoas próximas à bailarina centenária. A primeira homenagem a Mercedes Baptista aconteceu em 2021, ao dar nome ao Ceam, equipamento que também receberá uma peça do acervo.
- Quando escolhemos o nome, fizemos muitas pesquisas e optamos pelo nome de Mercedes Baptista pela sua história de luta e superação porque era uma mulher, negra e pobre tentando ingressar no balé. Ele teve que sair do Brasil e ser reconhecida lá fora para conseguir alcançar seus objetivos no seu país - disse Josiane Viana, lembrando que, ao dar nome ao Ceam e conseguir o acervo para a exposição, está dando visibilidade e reconhecimento à história da ilustre campista.
- Para nós, trazer o acervo da Mercedes Baptista para Campos é um marco porque não havia nada no nosso município que remetesse a ela, antes da inauguração do Ceam, batizado com o seu nome em homenagem ao seu centenário, no ano passado. Ela já havia sido homenageada até fora do país e tem uma estátua na Praça Mauá, no Rio, mas não tinha nada em seu nome aqui em Campos - destaca a subsecretária.
A gerente de Políticas Públicas para as Mulheres, Patrícia Cabral, está desde o ano passado mantendo contato com os tutores do acervo de Mercedes Baptista. “Eles nos proporcionaram a realização do sonho de ter esse acervo em nossa cidade. Estou há um ano conversando com eles e conseguir esta doação foi uma grande realização para nós. A partir daí, entramos em contato com a presidente da Fundação Cultural jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas, para que pudéssemos organizar uma exposição em homenagem a Mercedes Baptista. Agora, a Graziela e o Fabrício estão catalogando esse acervo com todo carinho para que fique exposta de forma permanente no museu”, explica Patrícia Cabral, que fez todo contato com os tutores e esteve presente, através de chamada de vídeo, na visita ao Rio para trazer o acervo, pois estava com Covid.
Na última terça-feira (14), além da subsecretária Josiane Viana, foram ao Rio buscar o acervo a supervisora de Políticas para Mulheres, Luciana Monteiro; a gerente do Museu, Graziela Escocard; e o instrutor de Artes e Ofícios, Fabrício Simões. “A FCJOL será a receptora do acervo e, no dia 30 de agosto, haverá a exposição no Museu, quando receberemos também para uma homenagem os tutores do acervo e o escritor da biografia da Mercedes, Paulo Melgaço, que também participará de uma tarde de autógrafos”, disse Patrícia, acrescentando que a Subsecretaria de Igualdade Racial também estará participando da programação.