Apesar da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, ser considerada uma doença de baixa letalidade, a Secretaria de Saúde de Campos segue em alerta e aguardando as orientações do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES) quanto às condutas coletivas. Enquanto isso, a orientação à população é em relação aos cuidados individuais para evitar a infecção. Logo, deve-se evitar contato direto com pessoas contaminadas, seja pele a pele ou por objetos de uso compartilhado, como, por exemplo, roupas e, até mesmo, superfícies.
Também deve evitar permanecer no mesmo ambiente que a pessoa infectada, com lesões características suspeitas e/ou confirmadas, além de evitar aglomerações. O uso de máscaras de proteção facial e a higienização correta das mãos são outras recomendações das autoridades em saúde. “O controle da varíola dos macacos atualmente é feito exclusivamente através de vigilância dos casos e dos contatos”, afirmou o infectologista e subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Rodrigo Carneiro.
Segundo o especialista, não há no país autorização para uso de nenhum tipo de droga com ação direta contra o monkeypox. As vacinas estão em estudo, mas já com eficácia comprovada e devem começar a ser utilizadas a partir do mês de setembro. “Então, temos, no mínimo, 30 dias onde a única arma para restringir a propagação da varíola dos macacos é o controle e o isolamento dos pacientes, a vigilância dos contatos e evitar que o vírus comece a se disseminar rapidamente entre a população”, disse.
Rodrigo Carneiro disse, ainda, que não há motivo para desespero ou preocupação exagerada, mas sim, motivo para atenção. “É motivo de atenção, para que a população esteja ciente de que há outra doença em circulação no Brasil, sendo transmitida entre brasileiros, mas é uma doença que necessita desse contato próximo. Aparentemente a transmissão não é tão fácil como é o coronavírus e, então, esperamos um número menor de casos, que não chegue a ser um impacto na saúde pública, mas essa é uma estimativa que temos atualmente. Isso pode mudar a médio e longo prazo”, acrescentou.
Em caso de surgimento de sinais ou sintomas entre os quais estão febre, mal-estar, dores no corpo e aparecimento de lesões, ou seja, pequenas bolhas junto de vermelhidão da pele, principalmente no rosto, pescoço e região genital/virilha, o paciente deve procurar a rede de urgência e emergência da cidade, preferencialmente as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), onde há médicos e enfermeiros de plantão capacitados para identificar essas lesões e casos suspeitos.
“Após a suspeição, esses pacientes, se houver necessidade de internação, o que será definido pelo profissional de saúde, o local de referência será o Setor de Doenças Infecto Parasitárias do Hospital Ferreira Machado (HFM). Já a unidade referência para a coleta de exames é o laboratório do Hospital Geral de Guarus (HGG) que, posteriormente, envia ao Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN/RJ), com a necessária solicitação específica feita pelo médico.
A vacina para varíola humana, já existente, é parcialmente eficaz contra a varíola dos macacos, mas não é a ideal, por isso, o Brasil aguarda receber o imunizante para iniciar a vacinação, que deve começar por grupos prioritários.
“Não há um consenso sobre remédios específicos para o tratamento da doença. Nós tratamos os sintomas, somente dando suporte ao paciente e cuidados tópicos com as lesões. Vale lembrar que uma das principais complicações é a infecção bacteriana secundária das lesões de pele, daí a antissepsia frequente. Caso sejam observados sinais e sintomas de alerta, o paciente pode ser levado à internação”, disse Rodrigo Carneiro.