“Pensar nas dores, nas alegrias e fazer com que o outro queira viver”. “Quem comete suicídio não quer morrer, mas se livrar de uma dor profunda”. “Parar para escutar quem está em sofrimento mental pode salvar uma vida”. As frases de prevenção ao suicídio, citadas por psiquiatras e psicólogos, deram o tom ao 2º Simpósio de Saúde Mental, realizado nesta quarta-feira (28), no Teatro Municipal Trianon.
O secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, representou o prefeito Wladimir Garotinho. Houve apresentação musical da Banda Vida, da Associação de Pais de Pessoas Especiais (Apape). Ed Ébano e Claudinho do Violão Sete Cordas.
Com o tema "A vida é a melhor escolha", o simpósio encerrou as ações do Setembro Amarelo, que é o mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Além do secretário de Saúde, a mesa de abertura foi composta pela assessora chefe do Programa de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, a médica psiquiatra Lana Maria Pereira da Silva, a psicóloga Patrícia Constantino, a psicóloga Viviane Gondim e a psiquiatra Thaís Jerônimo.
O secretário de Saúde, Paulo Hirano, ressaltou que as pessoas devem se esforçar para manter o pensamento positivo e, assim, preservar a saúde psicoemocional. “Pensamentos negativos impactam nossa caminhada. Que possamos ter uma visão positiva e otimista da vida”, afirmou ele, destacando que o desequilíbrio emocional é complexo, porque é individual.
O médico psiquiatra Maurício Escocard e a diretora da Procuradoria da Secretaria Municipal de Saúde, Isabela de Azevedo Ulliam, também participaram do evento. Isabela abordou o tema “Interseção Justiça e Saúde Mental”. Durante a palestra, ela ressaltou que o Poder Judiciário atua como garantidor dos direitos e garantias fundamentais como saúde, educação e liberdade.
Foto: César Ferreira
“Nesse contexto, a Justiça (compreendida como Poder judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública) pode ajudar a saúde mental primeiramente voltando os olhos para si, tendo um olhar mais humanizado sobre os servidores, respeitando a carga horária de trabalho e disponibilizando profissionais qualificados para atender aqueles que precisam de acompanhamento psicológico”, disse ela, ressaltando ainda que “é necessário entender o paciente como sujeito, e não como objeto, e todos nós, juntamente com os mecanismos de Justiça, precisamos estar atentos, pois a saúde mental é essencial para que o indivíduo possa viver em plenitude e desenvolver suas capacidades”.
A assessora chefe do Programa de Saúde Mental, psiquiatra Lana Maria, disse que a busca dos gestores tem sido por uma saúde mais conectada com a sociedade. “Vale a pena viver, mesmo que você esteja em sofrimento por alguma razão. Não é uma estatística da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas dos atendimentos que faço no consultório, onde 90% das pessoas que tentaram o suicídio, não queriam morrer, mas acabar com a dor, por não saber lidar com ela”.
Usuário do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II), Juliano Cardoso, 56 anos, participou do simpósio, onde aproveitou para expor o artesanato em origami que faz por terapia.
“Nunca pensei em vender. Faço porque gosto e depois dou de presente”, disse Juliano, enquanto segurava um dos seus quadros. Ele considerou a tarde proveitosa. “A vida é o que de mais importante nós temos”, acrescentou.