A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social realizou, nesta sexta-feira (30), o Seminário “Setembro Verde – Conectados por uma sociedade inclusiva”. O evento, aconteceu na Câmara Municipal de Campos, em alusão ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, comemorado no dia 21 de setembro. A iniciativa aconteceu em parceira com Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (APOE), Associação de Pais de Pessoas Especiais (APAPE).
O evento contou com a apresentação da banda da Apaixonei, da APAE; da banda da APAPE; e do coral da APOE. Foram discutidas e apresentadas demandas, avanços e projetos desenvolvidos no município para promover a inclusão e acessibilidade. Representando o prefeito Wladimir Garotinho, o secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, ressaltou as ações na política pública para pessoa com deficiência.
“As instituições são fundamentais na assistência das pessoas com deficiência e suas famílias. O governo do Prefeito Wladimir mantém diálogo permanente para ouvir sugestões e realizar ações que promovam a qualidade de vida dos usuários, além de manter o repasse do convenio em dia”, explica Rodrigo.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social assiste 771 usuários portadores de necessidades especiais, por meio de organizações sociais. A prefeitura cofinancia, por meio de termo de parceria de quatro instituições, APOE, APAPE, APAE e Educandário São José Operário. O governo ampliou em 10% no número de pessoas assistidas. A Prefeitura mantém a Residência Inclusiva, que atende 11 usuários que contam com seis refeições e acompanhamento médico e multidisciplinar. A oferta dos serviços para pessoas com deficiência está na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais: Proteção Social Especial de Média Complexidade.
Foto: Ruan Barros
Participaram da mesa o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres; o subsecretário de Saúde, Marcos Gonçalves; a coordenadora da Rede Socioassistencial Privada da Secretaria de Desenvolvimento Social, Marianna Brito; e o promotor Luiz Cláudio Carvalho.
Jessica Peixoto, mãe do Luiz Otávio e da Yasmin, assistidos pela APAPE, destacou a importância do evento para as famílias e as crianças. “É muito emocionante e gratificante participar desse evento que faz com que as famílias e os nossos filhos possam se expressar. É muito importante essa inclusão. Estou muito feliz de poder estar aqui com meus filhos, os colegas e as outras mães”
“A Escola de Aprendizagem é uma grande novidade e estaremos com a Educação com uma linha de cuidados específicos terapêuticos. Os debates são fundamentais para aprimorarmos o atendimento aos deficientes. Não vai ser por falta de trabalho e determinação, principalmente, como determina o prefeito, que tenhamos compromisso e seriedade com a inclusão”, disse o subsecretário de Saúde, Marcos Gonçalves.
Para o promotor de justiça, Luiz Claudio Carvalho, a inclusão gera simpatia em todos. “A criação das legislações foram um marco importante, porém a inclusão dependente de convivência e empatia. Quando o deficiente não está na escola, a gente acaba vivenciando um ciclo vicioso. Viver com a pessoa com deficiência faz a gente ter um outro olhar e isso é transformador. A sociedade perde a oportunidade de ser uma pessoa melhor. A gente ouve falar que a criança com deficiência atrapalha o desenvolvimento dos demais. Isso é colocado de maneira implícita. A inclusão melhora as pessoas. Ela torna o ser humano mais preparado. O tempo de acolher é o tempo que precisamos prestigiar”, conclui.
Marcelo Feres falou sobre a Política Municipal de Atendimento à Educação Especial Inclusiva, criada este ano pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, por meio da Lei nº 9.145, com o objetivo de assegurar o acesso, a permanência, a participação plena e a aprendizagem de bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação nas unidades escolares da rede municipal. Por meio dele, foi possível realizar um processo seletivo para contratação temporária de centenas de cuidadores e mediadores para atenderem os alunos com necessidades educacionais especiais na rede municipal de ensino.
Ele acrescentou que, além disso, a Prefeitura vai reabrir a Cidade da Criança Zilda Arns, localizada no antigo Parque Alzira, que se tornará um Centro de Lazer, Educação e Convivência Inclusiva, abrigando, entre outros serviços, uma Escola de Aprendizagem Inclusiva, para atender alunos da rede municipal na faixa etária de 2 a 8 anos de idade. Eles terão atendimento educacional coletivo, envolvendo alunos típicos e atípicos e, ainda, oferecerá atendimento individualizado, com terapias específicas para os alunos neurodiversos, como autistas, por exemplo. Além dos alunos, a Escola também terá atividades específicas para os professores e demais profissionais da Educação, bem como para os familiares dos estudantes, visando à convivência inclusiva, numa sociedade ainda excludente.
“Pensar hoje na inclusão sem conseguirmos praticar a convivência numa sociedade que entenda as diferenças não faz sentido. Estamos construindo importantes projetos para o futuro da nossa sociedade, certamente, as crianças não nascem com conceito ou preconceito. Todas as formas de exclusão são de caráter social, pois a sociedade é excludente. A inclusão tem que ser regra e não exceção. Campos está na direção correta”, disse o professor Marcelo Feres.
As profissionais Lídice Versiani e Letícia Vitarelí palestram sobre os temas “Integração dos marcos do desenvolvimento para estimular e alcançar uma sociedade inclusiva “ e “ Direito ao acesso à educação e estratégias que facilitam o processo de inclusão”, respectivamente.
Estiveram no evento o presidente da Fundação Municipal da Infância e da Juventude (FMIJ), Fabiano de Paula; o presidente da Câmara Municipal, Fabio Ribeiro; a gerente de Saúde Mental, Lana Maria; a assessora técnica da Secretaria de Educação, Catia Mello; a coordenadora de Educação Inclusiva; Carolina Carmo; o coordenador da Fundação Leão XIII, Amaro Gomes; as presidentes da APAE, Regina Célia Carvalho; da APAPE, Naira Peçanha; e da APOE, Pryscila Marins, além de representantes do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT).