A mesa “Fake News, bolhas ideológicas e pós-verdade: combate à indústria das falsas certezas e valorização da liberdade de expressão”, realizada na Arena Cultural na tarde desta segunda-feira (07), trouxe para a 11ª Bienal do Livro de Campos uma temática complexa e atual, que vem mexendo na vida de muitas pessoas, principalmente, os usuários das Redes Sociais Digitais: as notícias falsas. A bienal é promovida pela Prefeitura de Campos por meio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL) e segue até esta quarta-feira (09).
A mesa, organizada pela Associação de Imprensa Campista (AIC), contou com a participação dos jornalistas Liliane Barreto e Vitor Menezes, respectivamente, mestre e doutorando em Cognição e Linguagem, ambos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), e Jacqueline Deolindo, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com mediação do também jornalista Wesley Machado.
Durante o bate-papo, a jornalista Liliane Barreto ressaltou que as Fake News se popularizaram com as Redes Sociais e falou da experiência vivida na pandemia da Covid-19. “Estamos o tempo todo conectados e, na pandemia, a todo momento, chegavam informações verdadeiras e falsas sobre a Covid e os cuidados que deveriam ser tomados para a prevenção. Era a chamada infodemia”, disse.
“Na verdade, as notícias falsas não surgiram agora, mas ganharam maior popularidade, a partir do uso de redes sociais digitais. Muitas vezes, os usuários das redes são movidos por emoções quando notícias falsas são compartilhadas sem a devida verificação e a tendência é acreditar naquilo que se acredita, ou seja, nas crenças. É a chamada pós-verdade”, ressalta Liliane, que chamou de armadilhas as estratégias utilizadas por quem produz notícias falsas.
Vitor Menezes destacou o papel do jornalista na divulgação das informações e, ainda, sobre o Código de Ética dos jornalistas, além das polêmicas envolvendo o tema verdade. O jornalista também reforçou que as empresas de verificação de notícias têm cumprido importante missão ao desmentir notícias falsas. “Na verdade, apurar dá mais trabalho e é difícil alguém que recebe uma informação duvidosa buscar esses portais de verificação de notícias para confirmar se é verdadeira ou falsa”, explica o doutorando em Cognição e Linguagem.
Doutora em Comunicação, Jacqueline Deolindo, que tem como tema da pesquisa a mídia regional, falou da preocupação com usuários de redes sociais de cidades pequenas, sem imprensa local, onde o principal meio de comunicação é o WhatsApp. “Me preocupa saber que essas pessoas só têm aquela versão da informação. Muitas delas não têm outra fonte de informação e recebem aquelas mensagens como verdadeiras”, disse Jacqueline.
Segundo a presidente da FCJOL, Auxiliadora Freitas, a realização da 11ª Bienal do Livro em Guarus foi um grande desafio, mas está sendo um sucesso. “Tenho muito a agradecer aos moradores de Guarus e demais bairros, além de todos que, de alguma forma, vêm contribuindo de forma positiva para que esse evento acontecesse da melhor forma possível”, disse Auxiliadora.
A Bienal 2022 homenageia o Bicentenário da Independência e o Centenário da Semana de Arte Moderna. Ao todo são 250 mil títulos e 6 mil lançamentos literários. A Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) reúne 19 editoras e 90 diferentes selos. Entre as editoras participantes através da ABDL, Autêntica, Ciranda Cultural, Culturama, DCL, Florescer, Girassol, Global, Globo, Leya Malê, Melhoramentos, Nova Fronteira, Panini, Planeta, Prolezo, Record, Rocco e Vozes, além da Editora Paulinas.
O evento tem como parceiros, ainda, a secretaria municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Polo Arte na Escola-Uenf e SESC-RJ, Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL); Guarus Plaza Shopping e Cine Uniplex Guarus. O patrocínio é do Sicoop Fluminense e apoio de Águas do Paraíba.