A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orienta pais e responsáveis sobre a importância da atualização do cartão de vacinação de seus filhos, principalmente com relação às vacinas Meningo C, sendo esta obrigatória até o primeiro ano de vida, e Meningocócica ACWY, para adolescentes.
Até outubro deste ano, já foram imunizadas contra a doença no município, 9.871 crianças, até um ano de idade. A vacinação contra a meningite (Meningo C ) deve ser dada em crianças menores de um ano em três doses, sendo a primeira com três meses, a segunda com cinco meses e a última ao completar um ano. Dos 11 aos 14 anos, deve receber uma dose da vacina ACWY.
O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), infectologista Rodrigo Carneiro destaca que, contra a meningite a rede municipal ainda disponibiliza a Haemophilus tipo B, que protege contra infecções graves causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b, como meningite e pneumonia, e deve ser administrada na primeira infância, aos dois, quatro e seis meses de vida do bebê.
“A principal forma de prevenção das meningites infecciosas transmissíveis é a vacina. Hoje, existe vacina tanto para o meningococo como para o haemophilus, ambas estão presentes no calendário básico de imunização e elas devem ser dadas para crianças com menos de um ano de vida. Essas crianças devem ser vacinadas e ter o seu cartão de vacina completo para diminuir a chance de uma doença imunoprevenível grave que pode levar ao óbito, como é o caso da meningite”, alertou.
As meningites são inflamações das membranas que envolvem o sistema nervoso central e são causadas por agentes transmissíveis ou não transmissíveis. Nem toda meningite bacteriana é transmissível, sendo as únicas bactérias que podem ser passadas de uma pessoa para outra são o meningococo e o haemophilus tipo B.
Em Campos, este ano, foram confirmados 26 casos da doença, sendo três de meningites transmissíveis, ou seja, causadas por bactérias que podem passar de uma pessoa para outra. Outras 20 notificações foram para meningites não transmissíveis.
“Após a identificação de um caso de meningite bacteriana, deve ser feito o isolamento do agente causador e, caso seja identificado uma bactéria transmissível, deve ser feita a quimioprofilaxia dos contatos. Nesses casos, fazemos as orientações de afastamento e observação dessas pessoas que entraram em contato com o doente. Também medicamos o paciente e, se for necessário, dependendo da ocasião, fazemos uma vacinação de bloqueio, que é imunizar todas as pessoas que tiveram contato próximo prolongado com o paciente. Essa estratégia é adotada principalmente em escolas”, explicou o médico.
Para as meningites virais (não transmissíveis), do ponto de vista de saúde pública, Carneiro informa que não há nenhuma conduta a ser realizada em contatos dos pacientes com diagnóstico, pois não são transmissíveis entre as pessoas.
“As meningites causadas por micro-organismos não transmissíveis são principalmente de origem viral. Há muitos vírus, principalmente enterovírus e alguns vírus respiratórios e os da família herpes, que também podem levar a uma inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro). Clinicamente, é muito parecido com a meningite bacteriana, onde só conseguimos diferenciá-los através de exames laboratoriais e de imagem”, pontuou o subsecretário acrescentando, também, que para essas meningites virais não existe vacina e nem tratamento eficaz contra a doença, sendo tratados basicamente os sintomas.