No “Janeiro Roxo”, que marca o mês de conscientização sobre os cuidados e a prevenção da hanseníase, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, reforça a necessidade do diagnóstico precoce, do tratamento que é ofertado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e combate à doença, que tem cura e evitando possíveis sequelas, caso o paciente receba os cuidados o quanto antes.
O Dia Mundial de Combate à Hanseníase é celebrado no último domingo do mês e em Campos, a equipe do Programa estará antecipando as comemorações com realização de ações educativas e panfletagem, na próxima sexta-feira (27), na Rodoviária Roberto Silveira, no Centro.
“O mais importante é as pessoas entenderem e perceberem os possíveis sinais e sintomas da doença. A hanseníase acomete primariamente o sistema nervoso periférico, com manifestações nos braços, pernas e, eventualmente, a face. Na pele é onde a doença tem uma variedade muito grande de manifestações, como manchas dormentes em que o indivíduo acaba perdendo a sensibilidade na área afetada. A variedade de manifestações clínicas ocorre pela resposta imunológica de cada pessoa”, explicou o diretor do Programa, o dermatologista Edilbert Pellegrini.
A hanseníase é uma patologia crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer indivíduo. O especialista informou que cerca de 90% das pessoas no mundo são resistentes ao bacilo. Atualmente, os dados mundiais giram em torno de 220 mil pacientes e no Brasil o número de pessoas acometidas pela doença está entre 25 a 27 mil.
“O grande problema da hanseníase é que como ela ataca o sistema nervoso periférico pode levar a incapacidade física, onde a pessoa fica impossibilitada de realizar as atividades do dia-a-dia. É uma doença que tem um período de incubação muito longo. Então, entre o tempo que a pessoa adquire a doença e começa a apresentar os sintomas, pode levar de três a sete anos”, informou o dermatologista, acrescentando, também, que o diagnóstico tardio favorece para o desenvolvimento das incapacidades.
TRANSMISSÃO E TRATAMENTO – A doença é transmitida por via respiratória, através do contato próximo e prolongado com o doente. “Você precisa de uma exposição contínua de meses e até anos, já que o organismo tem alguns mecanismos de defesa e consegue combater a bactéria”.
O tratamento é gratuito, fornecido pelo SUS e dura, em média, de seis meses a um ano, ininterruptos. “O município conta com o Centro de Referência, onde o atendimento é realizado sem necessidade de encaminhamento, pois nós temos um sistema de porta aberta, por livre demanda, para facilitar o acesso ao serviço”, ressaltou Pellegrini, salientando que após 30 dias fazendo uso da medicação, o paciente deixa de transmitir a doença.
O Programa Municipal de Controle da Hanseníase realiza o atendimento no Centro de Referência Augusto Guimarães, na Estrada do Santa Rosa, no Parque Santa Clara, anexo ao Hospital Geral de Guarus (HGG) e conta com uma equipe multidisciplinar composta por: por médicos, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo e fisioterapeuta. O funcionamento acontece de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
“O mais importante é conscientizar a pessoa para que ela procure o atendimento assim que notar uma lesão na pele ou outros sintomas. O paciente de hanseníase é igual a qualquer outro e no município, temos feito um trabalho de conscientização, onde tentamos desmistificar a doença e o estigma em torno dela”, finalizou Pellegrini.