Produtores rurais de Campos e região participaram, nesta quinta-feira (16), do Dia de Campo: Pesquisa e Desenvolvimento da Soja no Norte Fluminense, uma realização da Pesagro-Rio, Embrapa Agrobiologia (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento. O secretário de Agricultura de Campos, Almy Júnior, representou a Prefeitura, e participou a abertura do evento, que culminou com uma visita técnica a áreas experimentais de produção, com a simulação de uma colheita, e a uma unidade de beneficiamento de soja, na região de Santa Cruz.
Na apresentação, foi destacado o papel da assistência técnica, somada à pesquisa agropecuária, para a adequação das tecnologias existentes às culturas agrícolas. “A viabilidade econômica da soja em Campos já é uma realidade, mas temos potencial para diversas culturas. É possível e viável produzir em Campos quase todas as atividades agrícolas. Com o nível de tecnologia e de ciência agrícola que temos, podemos ter diversas culturas no município. Aqui, com a soja, podemos demonstrar como produtores, se organizando e se apoiando na ciência e na tecnologia, conseguem obter excelente resultado em sua produção”, declarou o secretário Almy Júnior.
Chefe da Pesagro-Campos, Ronaldo Soares Pinto afirma que a cultura veio para ficar. “A soja vem sendo pesquisada pela Pesagro há muitos anos e, recentemente, com os produtores investindo, cabe a nós fazermos um trabalho de pesquisa para verificar os riscos da atividade, a viabilidade, ajudar na seleção das variedades que são mais adaptáveis, entre outros fatores. Esse material plantado aqui, na Fazenda Santa Helena, foi definido a partir de um estudo da Pesagro, que determinou que essa variedade era mais produtiva para esta região. Por isso estamos vendo essa plantação maravilhosa. A gente entende que, a partir desse evento, com os produtores investindo de fato e em escala bastante grande para o nosso universo, essa é uma cultura que veio para ficar. Aqui, temos soja plantada em 560 hectares e, na próxima safra, a área vai aumentar para 750 hectares. Em pouco tempo, talvez no próximo ano, vamos chegar a 1.000 hectares só em Campos”, contou Ronaldo.
O desenvolvimento da produção de soja na Baixada Campista também foi tema da apresentação sobre a viabilidade econômica da cultura. “Tanto o plantio quanto a colheita são etapas importantes para uma produtividade elevada. A Baixada Campista é uma área que tem topografia adequada, tem uma formação de solo adequada, tem uma fertilidade natural que é boa, mas pode ser melhorada com trabalhos da área técnica de apoio, por instituições de pesquisa e pelas secretarias estadual e municipal de Agricultura. Enquanto poder público, estamos sempre focados para que os resultados sejam maiores. A nossa obrigação é oferecer um resultado melhor e, para tanto, é preciso cuidar da seleção do material genético para adequar o período do plantio, a adubação, a questão dos períodos de chuvas, drenagem, oferecer ao plantio as condições para que ele possa expressar a máxima produtividade. E, nessa hora, podemos valorizar o esforço das secretárias e da Pesagro em prover de informações, de modo simples e objetivo, para que os produtores possam se utilizar disso e efetivamente maximizar resultados, se beneficiar das colheitas mais importantes e maiores e, ao mesmo tempo, evitar perdas. “, acrescentou Ronaldo.
O chefe da Pesagro-Campos destacou o apoio da Secretaria de Agricultura de Campos. “A secretaria tem um papel fundamental, primeiro como disseminadora dessas informações junto ao seu corpo técnico e ainda por apoiar eventos como esse, apoiar os produtores de menor escala de produção com aporte de maquinários, com melhorias das estradas vicinais para escoar a produção, que é um gargalo em muitas regiões. E a secretaria está fazendo isso. Então, por meio de ações integradas com o governo do estado, com outros parceiros, a Prefeitura se destaca como fundamental para o desenvolvimento de todas as atividades agropecuárias no município. Está Campos está fazendo isso”.
Gerente e gestor da Agro Pretyman, José Ricardo Fulli apresentou uma grande unidade de beneficiamento da soja que está sendo concluída na Fazenda Santa Cruz. Na unidade, um silo para armazenamento do grão poderá ser utilizado por novos produtores. “Ainda estamos modestos e, este ano, produzimos 24 mil sacos de soja, mas vamos dobrar essa quantidade na próxima safra. A expansão da produção de soja é muito importante para a região da gente, porque isso tudo agrega valor, vai gerar emprego, vai atrair mais atividades. A soja gera ração e movimenta outras culturas, como a bovinocultura e a ovinocultura, a soja melhora o solo. É um grande investimento, mas nós estamos aqui para apoiar os pequenos”, afirmou.
Técnicos da Secretaria de Agricultura, além do secretário Almy Júnior e do subsecretário Alberto Mofatti, assim como o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Mauro Silva, participaram do Dia de Campo. “São empreendimentos privados que contam com as instituições de pesquisa e a Prefeitura juntas. O que o produtor precisa, por parte do poder público, é melhoria na infraestrutura para escoar a produção, melhor conectividade e assistência técnica, e o município vem criando essa infraestrutura para o campo. É a Prefeitura junto com a iniciativa privada para gerar emprego, para gerar renda, para desenvolver cada vez mais a Agricultura em Campos. Não falta emprego quando as atividades agrícolas sao fortes, pautada no desenvolvimento científico e tecnológico”, concluiu Almy, que participou da abertura do evento que teve o apoio da Uenf, Emater e do Sindicato Rural de Campos e vários representantes do setor de produção agrícola.