O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (08), foi marcado por palestras, dicas de defesa pessoal e um espaço de beleza, com corte de cabelo, manicure e trancista, no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) Mercedes Baptista, mas também de lembrar que a luta pelo respeito ainda é longa.
A subsecretária de Políticas para Mulheres, Josiane Viana, que comanda a pasta criada no governo do prefeito Wladimir Garotinho, lembrou da importância dos equipamentos.
"Estamos em uma semana de luto aqui em Campos, lutamos tanto para que crimes como os que ocorreram na cidade nos últimos dias não aconteçam, que acabamos por nos cobrar sobre o que ainda falta fazer para que não tenhamos que vivenciar esses episódios. O município tem investido nesses equipamentos. Hoje temos uma subsecretaria voltada para mulheres, mas precisamos estar mais próximos. Temos o Empoderadas, estamos nas escolas com palestras e no EJA. Muitas mulheres às vezes nem tem conhecimento que estão num relacionamento abusivo. Estamos nos oferecendo à população, para que ela saiba que pode contar conosco. Ninguém vai ficar sozinha. Por meio de nossos equipamentos queremos entregar um ser humano reconstruído para a sociedade".
O secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, falou da rede de apoio à mulher promovida pela Prefeitura de Campos.
"Temos o Cartão Goitacá que complementa a renda das chefes de família, Social + Perto, Mãe Coruja, os equipamentos de proteção e políticas para as mulheres através da nossa subsecretaria de políticas para as mulheres e ainda projetos e programas de outras pastas".
Roberta Menezes, coordenadora técnica do Programa Empoderadas do Governo do Estado, que tem parceria com a Prefeitura, disse que o trabalho em união com a Prefeitura tem dado frutos por meio de atendimento jurídico, assistente social e acolhimento.
"Temos as aulas de autodefesa, na tentativa de trabalhar a conscientização de prevenção e enfrentamento à violência contra meninas e mulheres. Não só as mulheres, mas as meninas também devem ser educadas e entender o tipo de violência que existe e o que pode e não pode dentro da idade delas. Trabalhando sempre a prevenção e identificar um importunador ou abusador”, explica Roberta.
M.R.S. é assistida do Ceam desde dezembro e disse que, com a ajuda do CEAM, conseguiu se libertar de anos de violência psicológica e física. "Tenho mais de 60 anos e venho de um casamento de mais de 40 anos. Sofri por mais de 10 anos e aí sim, tive coragem para denunciar, principalmente depois que meus filhos começaram a fazer o que o pai fazia”.
A titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), Madeleine Dykeman, esteve presente no CEAM e falou da importância da parceria entre os órgãos para o fortalecimento, acolhimento e orientação à mulher vítima de violência.
“As mulheres precisam se fortalecer e amadurecer a ideia para conseguir denunciar. É aqui que ela tem o direcionamento e clareza para saber o que fazer. O Ceam tem essa rede de acolhimento e entendimento. Hoje a Deam não sobrevive sem o Ceam. É de suma importância os mecanismos trabalhando juntos para que o ciclo de violência seja encerrado”, destaca a delegada.