Representantes da Prefeitura de Campos participaram, nesta quinta-feira (23), de reunião na sede da Região Integrada de Segurança Pública (Risp), em Campos, para conhecerem o programa Papo de Responsa, que será implantado em cidades do Norte Fluminense em parceria com as prefeituras locais. Trata-se de um programa de educação complementar e de responsabilidade social da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, vinculado à Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra, com a missão de construir com a sociedade, em especial as juventudes, um futuro onde a palavra e o diálogo sejam as principais ferramentas a favor da paz social e contra violências de qualquer natureza.
O secretário de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Marcelo Feres; subsecretária de Educação, Rita Abreu; secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho; e presidente da Fundação Municipal de Esportes, Luciano Viana, representaram o prefeito Wladimir Garotinho. Bacharel em Direito e há 34 anos na Polícia Civil, Wagner Oliveira, policial mais experiente da equipe, também estava presente.
De acordo com diretor do 6º Departamento de Polícia de Área (DPA) do Estado no Rio de Janeiro, delegado Gustavo Rodrigues Ribeiro, a proposta é integrar a Polícia Civil às prefeituras locais desenvolvendo, principalmente, um trabalho de educação e orientação junto às unidades escolares.
“Demonstramos com dados concretos que os municípios aqui representados também precisam desse programa e não importa quem sejam os delegados locais, ele vai continuar deixando frutos quando saírmos, e vai ajudar a impedir que mais jovens entrem na criminalidade”, afirmou.
Em escolas, o programa segue um caminho baseado na sinergia com a direção e coordenação educacional para apresentação e alinhamento com a proposta pedagógica, escolha de temas-chave e definição das futuras agendas. Em seguida, o papo é com os docentes, buscando o ajuste da metodologia ao objetivo de construção conjunta do encontro. Depois do papo com os jovens, é hora do encontro com as famílias, numa comunhão de esforços para o bem.
Marcelo destacou que a Seduct vai começar a desenvolver, este ano, um projeto de acompanhamento familiar, com visitas da equipe multidisciplinar à residência dos alunos. Além disso, Campos é pioneira na implantação do Programa Família na Escola, tendo recebido o selo Município Amigo da Escola, no ano passado, concedido pelo Governo Federal, em razão do excelente trabalho desenvolvido junto às famílias dos estudantes.
A Prefeitura de Campos também desenvolve o Programa Ronda Escolar, da Guarda Civil Municipal (GCM), com palestras e apoio dentro das unidades escolares. Além disso, a Seduct promove palestras para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“Temos cerca de 55 mil crianças e adolescentes somente na rede municipal. Uma ação como essa, de integração, pode potencializar em muito a mudança na vida dessas pessoas por meio da educação. Meu caso pessoal também foi dessa forma, pela educação tive a possibilidade de mudar minha vida em todas as áreas. Vamos apresentar à equipe do programa as principais escolas por onde poderemos começar a desenvolver as ações”, explicou Marcelo.
O secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, falou das ações desenvolvidas para a população em situação de vulnerabilidade social. “A população vivia pedindo favor, atualmente eles têm o direito garantido pela Prefeitura. Muitos criticam os programas sociais, mas ampliamos a rede de proteção social das famílias nesses dois primeiros anos de governo. E a partir do próximo mês, iremos dar início às oficinas para dar autonomia aos beneficiários de programas sociais e a população em geral”, anunciou.
Rodrigo destacou a importância da integração da polícia e do poder público municipal nos territórios.
“Precisamos manter diálogo com as lideranças comunitárias, universidades e movimentos sociais para aproximarmos o Estado cada vez mais da população vulnerável, em especial aos jovens que somam as estatísticas de criminalidade”, destacou.
Titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), a delegada Pollyana Henriques ressaltou que as vítimas e os autores dos principais delitos são pessoas extremamente jovens.
“Entramos na casa dessas pessoas e deparamos, muitas vezes, com situações de extrema pobreza. É importante que façamos um trabalho que consiga alcançar essa faixa etária, a fim de reverberar nos próximos anos. A disputa do tráfico de drogas traz efeitos negativos muito rápidos para a comunidade como temos visto acontecer em São Francisco do Itabapoana, que era uma cidade pacata até bem pouco tempo atrás. Além de agir repressivamente temos que agir preventivamente. Nem sempre os jovens entram para o tráfico pela rentabilidade, mas porque querem ser vistos pela população e sair do anonimato”, informou.