A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Núcleo de Educação Permanente e Prática em Saúde (NEPS), vinculado à Atenção Básica, promoveu o primeiro “Fórum Interdisciplinar Sobre a Violência contra a Mulher”. O evento, que é interdisciplinar e voltado para profissionais médicos, enfermeiros, delegados, juristas e acadêmicos dos cursos de direito, psicologia e enfermagem, aconteceu no auditório da Universidade Estácio de Sá, na tarde desta segunda-feira (03).
Segundo o coordenador de Educação Continuada da SMS, o ginecologista Antônio Salim Khouri, o encontro teve como principal objetivo direcionar melhor e de maneira menos traumática e com menos efeitos psicológicos, as mulheres que são vítimas de violência de uma maneira geral.
“Aqui, no nosso município, a gente já faz esse atendimento. Já existe um fluxograma, mas precisamos estar sempre discutindo e querendo melhorar cada vez mais, para que o impacto, principalmente psicológico para essa mulher, seja menor. Então, as pessoas que estão na ponta e que prestam esse primeiro atendimento a essas vítimas, seja em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade Pré-Hospitalar (UPH), têm que ter conhecimento sobre isso”, disse o ginecologista.
Para o subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), o infectologista Rodrigo Carneiro, a partir do momento em que toda a sociedade seja provocada e estimulada a reconhecer todas essas dificuldades que diferentes grupos enfrentam, é o ponto de partida para se ter um país mais justo e igualitário.
“Desde a colonização, toda a formação do país partiu desse princípio, em que todas as políticas públicas que foram adotadas, foram para segregar pessoas, para marginalizar aqueles que não são brancos, homens e europeus. Nós temos que interromper isso, quebrar esse ciclo e esse tipo de evento é importantíssimo para que a gente possa, cada vez mais, ir provocando as pessoas e colocar em prática a necessidade de parar com todas as formas de violência contra aquele grupo de maior vulnerabilidade”, destacou o médico.
A delegada Madeleine Dykeman, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campos, enfatizou que a informação é fundamental para que cada vez menos se fale em violência contra à mulher.
“Essa mulher precisa saber que ela tem uma rede de apoio, um abrigo, um CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher), que conta com auxílio através de advogados e de pessoas que possam ajudar a agilizar todo o processo. Isso é importante na tomada de decisão dessa mulher que é vítima desse tipo de violência”.
A gestora da Estácio, Aline Siqueira, parabenizou pelo evento e disse que é uma honra para a faculdade ser palco de um fórum cujo tema é de suma relevância. “Estamos aqui nessa missão, enquanto instituição de ensino, transformar vidas através da educação”.
Também participaram do evento o superintende da Rede Campos de Saúde Puública, Charbell Kury; a diretora de Programas da SMS, Francielle de Oliveira; advogada do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) Mercedes Baptista, Erika Nogueira e Viviam Lombardi Ferreira, que é membro da comissão de coordenação do NEPS.