O esporte inclusivo, superando limites e dando lição de vida. É assim que a Vila Olímpica Ederval Venâncio, em Travessão, está trabalhando o desporto na vida das crianças, jovens e adultos. Alam da Silva Pontes, 12 anos, é um exemplo de que, quando se tem apoio, as barreiras são superadas.
O adolescente nasceu sem os braços, mas isso não o impediu de fazer o que mais gosta: jogar bola. Alam treina futsal na Vila Olímpica pelo projeto Esporte Vida e é disputado entre os colegas de time.
“Eu gosto muito das aulas de futsal. A Vila Olímpica está me ajudando a ser um jogador profissional e se Deus quiser vou chegar lá um dia. Estar aqui faz a diferença em meu dia”, afirma Alam
A coordenadora da Vila Olímpica de Travessão, Suelen Muniz, fala do trabalho inclusivo que o governo do prefeito Wladimir Garotinho realiza em prol do esporte.
“Seguimos as instruções do governo voltadas para a inclusão. Nós temos uma preocupação muito grande em fazer o melhor para eles e trabalhar da melhor forma a inclusão. Caso seja necessário fazer alguma adaptação, fazemos. Aqui na Vila não vemos crianças e adultos com deficiência, mas eficientes. É um prazer fazer a diferença na vida do Alam, que tem habilidades como jogador que outros jovens não têm. É um atleta paraolímpico que, com as suas limitações, nos dá muitas lições. O futebol dele é incrível”.
Vera da Silva Souza, avó de Alam, conta que a família morava na localidade de Guandu, onde o neto jogava futebol de campo e há 2 anos, quando mudaram para Travessão de Campos, foi levado por seus amigos da escola para fazer aulas de futsal na Vila Olímpica, e desde então, a vida de Alam mudou.
“Quando chegou na Vila ele foi muito acolhido e recebeu grande incentivo do professor. O projeto aqui é muito bom, meu coração é só felicidade pela oportunidade que ele está tendo. Ele mudou muito, está mais disciplinado. É a realização de um sonho”.
Para o professor de futsal, Aluísio Azeredo, Alam tem futuro no paraesporte. “Foi uma surpresa muito grande ver que a sua limitação não influencia em nada de forma negativa no treino. Ele foi muito acolhido e é sempre um dos primeiros a ser escolhido na divisão de times. A habilidade e talento que tem com a bola é impressionante. Ele desempenha um papel muito bom, e joga melhor que outras crianças que não possuem dificuldade física. O Alam chegou para agregar, fez muitas amizades e é um exemplo de superação e uma lição para seus colegas”, revela.
Além de fazer futsal na Vila Olímpica de Travessão, Alam também participa de outros projetos sociais. Paulo Cesar dos Santos é professor de futebol de campo. Ele conta que o menino chegou pedindo para jogar e surpreendeu a todos com o seu futebol. “Os demais colegas falam que ele é o melhor jogador. Alam foi abraçado e acolhido por todos e nos ensina que não há limites quando queremos algo. Onde a gente joga, participa de torneio, todos vão até ele para abraçar, é um exemplo. Tem gente com dois braços que não faz o que ele faz em campo”, diz orgulhoso.
O gerente do Departamento de Juventude da Secretaria de Governo, Nalto Muniz, explica que, por meio do órgão, realiza ações em projetos sociais, e diz que a descoberta do Alam foi algo surpreendente. “Sou morador de Travessão e para acolher a todos de diversas formas, apoiamos projetos sociais. Assim identificamos Alam, ele é diferenciado, praticava esporte na escola e saia de lá e vai para Vila Olímpica. Por meio do esporte estamos fazendo a inclusão, uma criança que nasceu com limitação e joga de igual, com outros que não possuem deficiência. Nós, enquanto poder público, queremos fazer nossa parte, fazer um futuro melhor e mais inclusivo para os nossos munícipes”, relata.