Campos está entre os 13 municípios selecionados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/RJ) para o projeto que visa aprimorar o monitoramento populacional do mosquito Aedes aegypti, conforme recomendação por nota técnica nº 33/2022 do Ministério da Saúde. O trabalho, iniciado neste mês, é feito com Ovitrampas, que é uma armadilha de coleta de ovos das fêmeas do Aedes, que já era realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses—CCZ desde 2019.
Foto: Silvio Pinheiro / Divulgação
A vigilância entomológica com Ovitrampas está sendo realizada em 27 bairros da área urbana e/ou com características urbanizadas. Ao todo foram instaladas 273 armadilhas, que terão as palhetas de madeira (eucatex) substituídas uma vez, totalizando 546 peças do material usadas para a oviposição. E, de acordo com o subcoordenador do Programa Municipal de Controle de Vetores (PMCV), Sílvio Pinheiro, será realizado a cada dois meses, sempre nas três semanas que antecedem cada ciclo epidemiológico.
Foto: Divulgação CCZ / Campos
“Ovitrampas é um método que utiliza um dispositivo capaz de atrair fêmeas de Aedes aegypti e Aedes albopictus em busca de locais para depositar seus ovos. Elas têm potencial de monitorar continuamente o vetor em seus diferentes espaços (urbana e rural) e direcionar as ações de controle de acordo com a positividade e, principalmente, a densidade populacional, tornando mais sensível o monitoramento. O uso das Ovitrampas permite identificar a entrada de mosquito, fazer a vigilância entomológica, saber como está a densidade desse vetor e também contribui para a remoção de ovos no ambiente”, explicou Pinheiro.
Foto: Silvio Pinheiro / Divulgação
A Ovitrampa é um vaso plástico preto preenchido com água, onde é diluída uma substância (levedo de cerveja) que atrai as fêmeas do mosquito, para realizar a postura de ovos. Nesse vaso, é inserida a palheta com o lado áspero voltado para o centro do recipiente, onde ocorre a postura dos ovos. Ao fazer a postura dos ovos na palheta, os agentes as recolhem e as levam para o laboratório, onde é feita a contagem dos ovos. Através de um aplicativo, as informações são enviadas para o Estado e o Ministério da Saúde.
De acordo com Sílvio Pinheiro, a escolha de Campos para representar a Região Norte Fluminense ocorreu devido aos critérios epidemiológicos, operacionais e porque já realizava esse trabalho.
“Essa é uma ferramenta muito utilizada para pesquisa e, há alguns anos estamos usando para monitoramento populacional e vigilância nas áreas urbanas e rurais. O acompanhamento dos resultados ao longo do ano permite saber a distribuição do vetor no território, colaborando para a avaliação de risco de surtos epidêmicos. Detalhe, ferramenta de fácil operacionalização, baixo custo e com um bom resultado”, acrescentou o subcoordenador, que além de coordenar o trabalho conjunto com o Estado e o Ministério da Saúde, também mantém o que já vinha sendo realizado pelo município.
O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Rodrigo Carneiro, explica que seguindo as estratégias da Subsecretaria de Vigilância para diminuir a prevalência de doenças, principalmente as transmissíveis por artrópodes, o município adere as diferentes estratégias ofertadas pelo Ministério da Saúde e pela SES visando diminuir, por exemplo, os casos de dengue.
“Essa nova metodologia com Ovitrampas é bastante interessante e vai ajudar, vai ser mais uma ferramenta para combater a proliferação dos mosquitos no município e, com isso, diminuir a prevalência da dengue na nossa cidade. Nós temos observado uma queda progressiva nos últimos meses e isso é multifatorial, principalmente pela questão sazonal, mas também estratégias como os mutirões, o treinamento, a conscientização constante da população e, agora, a estratégia das Ovitrampas também vem para ajudar no controle dos casos de dengue no município”, afirma Carneiro.