Os assistidos do abrigo municipal Manoel Cartucho, gerenciado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, têm participado de oficinas ministradas com o objetivo de estimular a reinserção familiar, social e também do mercado de trabalho. O local, que abriga 34 pessoas em situação de rua, serve como abrigo e suporte para os indivíduos que tiveram seus vínculos familiares rompidos e que, por algum motivo, foram parar nas ruas.
“Ofertamos toda estrutura necessária para a garantia dos direitos dos usuários, através do acolhimento e os atendimentos sociais e encaminhamento para a rede, mas também realizamos ações para dar autonomia e a reinserção social”, explica o secretário da pasta, Rodrigo Carvalho.
Atualmente, duas atividades estão sendo realizadas com o intuito de despertar o interesse dos abrigados em preencher o tempo ocioso e buscar uma renda. Durante o dia a dia, eles participam de oficinas de artesanato e de consertos de estofados. Além das atividades de serviço manuais, o Manoel Cartucho oferece quatro refeições diárias, regularização dos documentos, atividades pedagógicas e encaminhamento para serviços médicos aos usuários.
Claudinei Lima, de 26 anos, é de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ele, que está no abrigo há oito meses, decidiu participar da oficina de conserto dos estofados para aprender e conseguir trabalhar.
“É muito interessante, porque depois eu quero trabalhar para mim. Eu enxergo essa oportunidade como uma forma de conseguir uma renda quando eu for sair do abrigo”, disse.
A iniciativa da oficina para consertos de estofados surgiu através de uma ideia do Eliezér Lopes, que é segurança do Manoel Cartucho e, paralelamente, trabalha consertando sofás, cadeiras e estofados em geral.
“Eu via que além da alimentação e das consultas, eles ficavam bem ociosos aqui no abrigo. Eu vi uma forma de dar essa aula para que eles tenham uma renda futura e até mesmo tenham a mente estimulada com algum tipo de atividade”, disse o Eliezér.
A coordenadora do Manoel Cartucho, Isabela Araújo, diz que a atitude do Eliezer tem sido de grande importância para os abrigados. Além disso, ela vê as atividades como uma grande oportunidade de reinserção social. “Foi uma ideia muito louvável do Eliezer, porque todos nós estamos aqui para somar. Todas as atividades que os nossos usuários participam são uma forma de possibilitar que eles saiam daqui com um aprendizado e, quem sabe, com uma profissão nova. Eu espero que isso aconteça”, disse a coordenadora.
Para os assistidos, também é oferecida a oficina de artesanato. Com materiais doados ou até mesmo peças do próprio abrigo que não são mais utilizadas, como portas e janelas, eles aprendem a pintar, reformar e dar uma nova cara ao objeto. É assim que a Jéssica Barbosa, de 28 anos, se distrai e aprende uma profissão. “Pra mim é o máximo. Isso me deixa inspirada e eu gosto. Eu quero ter o meu dinheiro, as minhas coisas e a minha renda. Eu estou aqui no abrigo, mas eu quero sair daqui com objetivos”, disse a assistida.
O Abrigo Manoel Cartucho é uma unidade voltada especificamente para pessoas em situação de rua e foi aberta durante a pandemia. Atualmente, o Manuel Cartucho tem capacidade de abrigar 50 pessoas entre homens e mulheres. O CentroPop é a porta de entrada para essas pessoas que vivem nas ruas. Elas podem ser acolhidas, além do Manoel Cartucho, em outros abrigos municipais: Casa de Passagem, Lar Cidadão e uma Organização da Sociedade Civil (OSC) cofinanciada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social.